As investigações da Polícia Federal sobre o esquema de espionagem ilegal realizada pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mostram que a arapongagem clandestina ia muito além dos celulares rastreados por meio de um aplicativo espião adquirido pelo órgão. As apreensões feitas na última semana com ordem judicial também apontaram uma outra forma agir dos agentes ligados ao antigo ocupante do Palácio do Planalto que tentou se perpetuar no poder como um ditador.
Segundo o jornalista César Tralli, da GloboNews, os federais descobriram que os homens da Abin também invadiam em massa computadores de adversários políticos e de autoridades que não se alinharam a Bolsonaro. A infiltração nesses dispositivos seria feita usando uma espécie de vírus, que poderia ser instalado nas máquinas por meio de mensagens de e-mail fraudulentas, contatos via serviço de mensagens ou pen-drives.
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De acordo com as informações reportadas por Tralli, no Edição das 18h, o spyware teria a capacidade de extrair qualquer dado dos computadores infectados pelos agentes da Abin, que a partir daí conseguiriam ver absolutamente tudo naquele dispositivo. A ação era de natureza integramente ilegal e feita sem qualquer amparo na legislação vigente.
Nesta nova fase da investigação, a Polícia Federal pretende descobrir quantos foram os computadores infectados pelo spyware clandestino da Abin e, sobretudo, chegar às autoridades e personalidades bisbilhotados pelo aparato de arapongagem do ex-presidente de extrema direita.