SOCIEDADE POLARIZADA

Economia derruba popularidade de Lula, diz Quaest

Levantamento feito pelo instituto mostra que a polarização permanece na sociedade brasileira

Economia derruba popularidade de Lula, diz Quaest.Créditos: Ricardo Stuckert
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Levantamento divulgado nesta quarta-feira (25) pelo instituto Genial/Quaest revela que 57% dos brasileiros aprovam o governo de Lula, enquanto 42% desaprovam. De acordo com o levantamento, houve uma queda de 6 pontos na aprovação da gestão federal.

Além disso, a pesquisa feita pela Genial/Quaest mostra que a queda na aprovação não está concentrada em nenhum segmento da sociedade e ocorreu de forma generalizada.

Entre os eleitores de Lula, a desaprovação de sua gestão chega a quase 10%. O índice negativo também aumentou entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Outro dado do levantamento Genial/Quaest mostra que "a avaliação do governo de Lula foi se aproximando da avaliação do governo de Bolsonaro. Em fevereiro, 60% achavam que Lula era melhor que Bolsonaro. Em outubro, 47% continuam achando que esse governo é melhor que o anterior, mas 38% acham que é pior".

Governo de Lula na direção errada?

O diretor da Quaest, Felipe Nunes, explica que "uma das maneiras de entender se o crescimento da desaprovação está associado a um mal humor mais geral da população é avaliar se o país está indo na direção certa ou errada. De junho a outubro, o percentual de quem acha que o Brasil está indo na direção errada aumentou 8 pontos".

 

Dentro desse universo, "a primeira parte da explicação é econômica. Aumentou 9 pontos o percentual de quem avalia que a economia piorou no último ano (saiu de 23% para 32%), enquanto se manteve o percentual de quem acha que melhorou (33%)".

A questão econômica revela que o eleitorado permanece polarizado: "eleitores dos dois lados vivem realidades paralelas: 57% dos Lulistas achando que a economia melhorou, 56% dos bolsonaristas achando que piorou. É o Brasil que, mesmo depois de 1 ano, continua polarizado", afirma Felipe Nunes.

A piora na avaliação da economia está relacionada a uma percepção da população de que as contas de água, luz e telefone aumentaram no último mês, e que o preço dos alimentos e dos combustíveis também subiu recentemente.

O eleitorado também se mostrou pessimista quanto ao futuro do Brasil: "a expectativa sobre o futuro também piorou (caiu 9 pontos para quem acha que vai melhorar), embora a maioria continue otimista (50%)".

 

Ainda na seara econômica, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, "aparece com uma avaliação regular (30%), nem muito positiva (26%) nem muito negativa (26%)".

Governo de Lula e o noticiário

Segundo a pesquisa Genial/Quaest, no noticiário positivo se destacam as políticas sociais do Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, aumento do salário mínimo e o Desenrola, bem como a postura do Brasil no conflito entre Hamas e Israel.

Por sua vez, no noticiário negativo, estão presentes temas como Venezuela, corrupção e pautas de moral e costumes. Mas também surgem temas novos, como o excesso de viagens e a posição do governo de Lula em relação ao conflito em Israel.

No entanto, Felipe Nunes destaca que na "guerra da comunicação, não mudou nada em relação à campanha. Eleitores de Lula continuam se informando mais pela TV, enquanto eleitores de Bolsonaro buscam informações mais pelas redes, sites, blogs e portais de notícia. São dois campos distintos".

As viagens internacionais do presidente Lula aparecem no campo do noticiário negativo: 55% consideram-nas excessivas, e 37% adequadas. Neste campo, 49% acreditam que tais viagens não trazem bons resultados para o país.

 

A postura do governo de Lula em não classificar o grupo Hamas como terrorista é reprovada por 57% dos entrevistados. Porém, a postura pacifista de Lula é aprovada por 85% dos brasileiros.

 

Marco Temporal

O veto do presidente Lula ao Marco Temporal foi considerado correto por 51% dos entrevistados.


 

 

A pesquisa ouviu 2.000 pessoas em 120 cidades de todas as regiões do país entre os dias 19 e 22/10. A margem de erro é de 2.2 pontos percentuais e o nível de confiabilidade de 95%.

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