Genro de Márcio Valadão, fundador da Igreja Lagoinha e apoiador contumaz do clã Bolsonaro, o pastor Felippe Valadão, da Igreja Batista Lagoinha em Niterói, na região metropolitana do Rio, criou uma fake news inacreditável para não agradecer ao presidente Lula pelo resgate dele e de 103 fiéis que participavam de uma excursão em Israel quando estourou a guerra contra a Palestina.
Praticamente chorando, o pastor implorou por ajuda após ficar preso em um hotel de Jerusalém no último dia 8, quando a Al-Qassam, grupo armado do Hamas, iniciou os ataques a Israel.
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“Estamos desde 8h da manhã trancados no hotel. 103 pessoas. Tem que ter um equilíbrio emocional incrível, não é fácil. (...) Orem por nós. As perspectivas não são nada do que a gente quer. Não sabemos quando vamos sair. Estamos tentando adiantar nosso voo, mas o aeroporto está fechado”, disse Valadão em live no Instagram.
De volta ao Brasil, em vôo da Força Aérea Brasileira (FAB), que resgatou todos os fiéis que pagaram pela excursão, o pastor passou a atacar Lula, dizendo que o presidente "nada tem a ver" com sua repatriação.
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Para justificar aos seguidores, o pastor criou a fake news de que o envio do avião da FAB seria obra do deputado federal Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ).
"Eu falei meu amigo, eu nunca pedi nada. Eu só peço a você arrumar um avião. Tira a gente daqui, pelo amor de Deus, dá um jeito. Esse cara (em referência ao deputado Áureo) não dormiu enquanto ele não movimentou o Itamaraty e a FAB para buscar. Quem foi a pessoa que ativou tudo lá dentro foi esse homem. Obrigado meu irmão, obrigado de coração", disse o pastor em celebração neste domingo (15).
Felippe Valadão, que já foi processado por intolerância religiosa contra religiões de matriz africana e comprou uma fazenda com o dinheiro dos fiéis, já havia publicado em suas redes sociais a fake news para evitar agradecer a Lula por sua volta ao Brasil.
"Deixa claro que Lula não tem nada a ver com o envio da Força Aérea Brasileira para nos resgatar em Israel. Fomos escolhidos, a nossa caravana, para ir no primeiro voo da FAB. A gente tinha o direito, mas como muita gente perdeu o voo e não tinha condição financeira de comprar outra passagem, a gente optou por deixar que as outras pessoas fossem primeiro", mentiu o pastor.