O presidente Lula (PT), ao demitir neste sábado (21) o comandante do Exército Júlio Cesar de Arruda e, logo em seguida, anunciar o seu substituto, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva., e deixar claro que, o principal motivo da troca foi a quebra de confiança, mostra que não irá tolerar golpismo na esfera militar e nem irá permitir ameaças.
Durante coletiva na manhã deste domingo (22), o ministro da Defesa, José Múcio, reproduziu um recado do presidente Lula que tem endereço certo: os militares golpistas.
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Múcio também declarou que a troca do comando do Exército é um exemplo de como as coisas serão tocadas daqui pra frente e reproduziu o recado de Lula: "Lula não vai perdoar ataques golpistas. Investigações vão até o fim".
Sobre a demissão do general Arruda, Múcio foi enfático: "Acabou o clima de confiança e resolvemos mudar o comando".
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Lula demite comandante do Exército
O presidente Lula (PT) demitiu na tarde deste sábado (21) o comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, que será substituído pelo general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.
Durante evento nesta semana, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva fez um incisivo discurso em defesa da institucionalidade, pedindo o respeito aos resultados das eleições e defendeu o Exército com uma instituição apolítica e apartidária.
Golpe e desconfiança
A demissão de Arruda se dá no contexto dos ataques terroristas e golpistas do dia 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e destruíram os prédios dos Três Poderes da República.
Além disso, o agora ex-comandante do Exército nada fez para diminuir a desconfiança do presidente Lula em relação a postura dos militares do Exército no dia 8 de janeiro.
Outro fator que pesou para que Arruda fosse demitido é que, no dia do ataque golpista o militar deu ordens para que seus homens fizessem uma barreira e impedissem a PM-DF de prender os vândalos, que após os ataques retornaram ao acampamento em frente ao quartel general.
Por causa da atitude de Arruda para com os golpistas, o militar passou a ser visto como conivente com a tentativa de golpe e a sua permanência no comando do Exército, insustentável.
Insatisfação com as Forças Armadas
Em entrevista à jornalista Natuza Nery, Lula se queixou da postura de parte das Forças Armadas e disse que ela foi conivente com a tentativa de golpe.
"Estou convencido de que a Porta do Palácio do Planalto foi aberta para essa gente entrar porque não vi a porta de entrada quebrada", declarou Lula.
O presidente também se queixou dos serviços de inteligência e afirmou que eles não funcionaram no dia 8 de janeiro.
"Nós temos inteligência do GSI, da Abin, do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, ou seja, a verdade é que nenhuma dessas inteligências serviu para avisar ao presidente da República que poderia ter acontecido isso. Se eu soubesse na sexta-feira que viriam oito mil pessoas aqui, eu não teria saído de Brasília. Eu saí porque estava tudo tranquilo", disse Lula.
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