O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou profundamente abalado com a situação do povo Yanomami em Roraima, onde esteve neste sábado (21) e, na manhã deste domingo declarou que “mais que uma crise humanitária, o que vi em Roraima foi um genocídio”.
Não apenas Lula, mas toda a comitiva que o acompanhou ficou estarrecida com o que viu. Cenas que trazem à mente imediatamente as imagens das fotos dos campos de concentração nazistas.
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Com sua companheira, Janja Lula da Silva, o presidente levou ao território Yanomami as ministras dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e da Saúde, Nísia Trindade. E mais os ministros da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, da Defesa, José Múcio, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, da Secretaria-Geral, Márcio Macedo e do Gabinete de Segurança Institucional, General Gonçalves Dias. Também integraram a comitiva o comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, e o secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Ricardo Weibe Tapeba.
O cenário encontrado foi de devastação por responsabilidade direta do governo de Jair Bolsonaro. O ministro da Justiça, Flávio Dino, pediu a abertura de investigações por crime de genocídio.
Foram mais de 11 mil casos de malária em 2022 no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami. Para efeito de comparação, todo o território yanomami tem cerca de 30 mil habitantes.
De acordo com o Sistema de Informações da Atenção à Saúde Indígena (Siasi), do Ministério da Saúde, foram registradas 99 mortes de crianças yanomami em 2022.
Além disso, o ministério estima que cerca de 570 crianças foram mortas por contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal nos últimos anos.
Veja a entrevista das ministras Sônia Guajajara e Nísia Trindade e do presidente Lula em Roraima:
O território Yanomami
A maior reserva indígena do país é formada por 10 milhões de hectares, que se estendem por Roraima, pela fronteira com a Venezuela e pelo Amazonas, abrigando mais de 370 aldeias com cerca de 30,2 mil indígenas. Eles vivem isolados geograficamente em comunidades de difícil acesso mas, mesmo assim, enfrentam embates sobre a invasão do território, principalmente por garimpeiros que atuam ilegalmente na região. Estima-se que eles sejam cerca de 20 mil pessoas.
Em 2020, o garimpo ilegal avançou 30% na Terra Yanomami em meio a declarações de apoio do então presidente, Jair Bolsonaro, e seguiu avançando nos dois anos seguintes.
A invasão ilegal de garimpeiros ocorre em meio a toda sorte de violências e contaminações das populações yanomami
Veja onde está a Terra Yanomami: