GENOCÍDIO

Damares Alves, de forma cruel, espalha fake news sobre povo Yanomami

A ex-ministra dos Direitos Humanos usou as redes sociais para espalhar desinformação sobre indígenas

Damares Alves, de forma cruel, espalha fake news sobre povo Yanomami.Créditos: Valter Campanato/Agência Brasil
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A senadora eleita e ex-ministra dos Direitos Humanos Damares Alves (PL-DF) foi às redes sociais para espalhar fake news sobre o povo Yanomami. A parlamentar está sendo duramente criticada nas redes por, durante a sua gestão no ministério, ter abandonado as políticas de cuidado dos povos indígenas. 

Em seu perfil no Twitter, Damares Alves diz ser vítima de "mentiras". "Minha luta pelos direitos e pela dignidade dos povos indígenas é o trabalho de uma vida. Mas diante de tantas mentiras espalhadas nos últimos dias, preciso esclarecer algumas coisas", diz. 

Damares Alves passa a listar uma série de ações de defesa dos povos indígenas, mas não consegue explicar a atual situação do povo yanomami. "No Governo Bolsonaro, a política indigenista era executada em três ministérios: Educação, Saúde e Justiça. Ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos cabia receber denúncias de violações de direitos dos indígenas e encaminhá-las às autoridades responsáveis", justifica. 

Porém, levantamento do UOL revela que a ex-ministra falta com a verdade e omite dados da gestão de seu ministério durante a gestão Bolsonaro. 

Segundo dados disponíveis no DataSus, durante o governo Bolsonaro, do qual Damares era parte e uma das principais porta-vozes, o número de óbito entre os indígenas saltou de 371 em 2018 para 526 em 2020. Não há dados com os anos de 2021 e 22. 

Também aumentou o número de mortes de fetos e crianças indígenas: de 237 ocorrências entre 2015 e 2018 para 392 nos últimos quatro anos. Um aumento de 65%. 

Além disso, a ministra também pediu pessoalmente ao então presidente Bolsonaro que negasse novos leitos de UTI, produtos de limpeza e materiais informativos sobre o coronavírus para os povos indígenas.