O Ministério da Saúde declarou nesta sexta-feira (21) Emergência em Saúde Pública de Importância diante da necessidade de combate à desassistência sanitária dos povos que vivem no território Yanomami.
Por meio de suas redes sociais, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, revelou que a situação no território Yanomami "é grave". Segundo Trindade, o Ministério da Saúde registrou 3 óbitos de crianças entre os dias 24 e 27 de dezembro e 11.530 casos de malária no último ano.
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De acordo com nota emitida pelo Ministério da Saúde, "equipes do Ministério se encontram na região Yanomami, território indígena com mais de 30,4 mil habitantes. O grupo se deparou com crianças e idosos em estado grave de saúde, com desnutrição grave, além de muitos casos de malária, infecção respiratória aguda (IRA) e outros agravos".
A situação de calamidade do povo Yanomami foi provocada pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro que, ao tomar conhecimento de uma série de agravos na região, optou por não fazer nada.
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Com o início do governo Bolsonaro, o garimpo ilegal avançou em território Yanomami e foi até mesmo incentivado pelo ex-presidente. Reportagem do Intercept lembra que, em novembro de 2020, quando organizações indígenas denunciavam a invasão do território por garimpeiros, Bolsonaro questionou as demarcações.
"A reserva Yanomami tem mais ou menos 10 mil índios. O tamanho é duas vezes o estado do Rio de Janeiro. Justifica isso? Lá é uma das terras com o subsolo mais rico do mundo. Ninguém vai demarcar terra com subsolo pobre. Agora o que mundo vê na Amazônia, floresta? Está de olho no que está debaixo da terra", disse Bolsonaro em novembro de 2020.
Ao longo de seu governo, Bolsonaro ignorou 21 ofícios com pedidos de ajuda dos Yanomami.