No final do governo de Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da presidência, general Augusto Heleno, liberou a exploração de ouro em uma área de 9,8 mil hectares, vizinha à Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
A beneficiária do ato, Creusa Buss Melotto, foi condenada e cumpriu pena de prisão por tráfico de drogas. Além disso, ela foi denunciada pelo Ministério Público (MP) por suspeita de receptação de pneus roubados.
Heleno concedeu autorização necessária para empreendimentos como mineração na faixa de fronteira, que se estende por 150 km.
À frente do GSI, Heleno também era secretário-executivo do Conselho de Defesa Nacional, a quem cabe decidir sobre projetos de exploração de minérios em área de fronteira.
A autorização para pesquisar ouro, em área vizinha à terra yanomami, foi concedida em 14 de dezembro de 2022 e publicado no Diário Oficial da União do dia 15, de acordo com reportagem de Vinicius Sassine, na Folha de S.Paulo.
Mais de 20 mil garimpeiros invadiram a terra indígena e exploram ouro ilegalmente.
A invasão teve aumento exponencial no governo Bolsonaro, que promoveu atos para estimular a mineração nesses territórios. O governo do presidente Lula (PT) prometeu retirar garimpeiros de terras indígenas.
A beneficiária ficou presa por tráfico de drogas no fim da década de 90 e passou seis anos na prisão. “Já cumpri minha pena. Se eu tivesse processo, acha que eu estaria numa cooperativa?”, disse, em entrevista à Folha.
Ela se refere a duas cooperativas de garimpeiros: uma em Pontes e Lacerda (MT), na qual ocorre exploração de ouro, e outra em Iracema (RR), onde a garimpeira pretende atuar.
Beneficiária também foi denunciada ao MP por receptação de produtos roubados
Creusa também foi denunciada pelo MP em Mato Grosso, em novembro de 2017, por suspeita de receptação de produtos roubados de uma loja de pneus de Pontes e Lacerda.
Ela chegou a ser presa em flagrante por receptação, mas saiu da prisão após pagar fiança.