Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta segunda-feira (26), Guilherme Boulos (PSOL-SP) revelou que vai entrar com uma ação na corregedoria da Polícia Militar de São Paulo contra os dois policiais que atuaram de forma ilegal.
Neste domingo (26), Boulos, que é candidato a deputado federal, e a também candidata Ediane Maria (PSOL-SP), foram vítimas de um ataque e emboscada por parte de militantes de extrema direita vinculados ao Movimento Brasil Livre (MBL), que usou um garoto menor de idade para provocar o líder do MTST.
Te podría interesar
A confusão terminou em confronto entre militantes do PSOL e do MBL. No entanto, integrantes e candidatos do Movimento Brasil Livre acionaram alguns PMs sob a alegação de que Boulos tinha agredido o militante menor de idade, que estava junto com agrupamento de extrema direita. Os policiais queriam levar Boulos para uma delegacia, o que não é permitido pelo Código Eleitoral.
Militantes do MBL foram às redes acusar Guilherme Boulos e membros do PSOL de terem agredido o adolescente e que este estava exercendo o seu papel democrático de questionar o candidato.
Te podría interesar
No entanto, conforme Boulos relatou em sua entrevista, foi descoberto que o menor de idade estava infiltrado em grupos do PSOL e a todo momento perguntava em qual região Boulos estaria presente.
Com isso, Boulos reforça a tese de que a confusão ocorrida neste domingo (25) é organizada há tempos pelos integrantes do MBL. À Folha de S. Paulo, o adolescente confirma que estava nos grupos do PSOL desde 2020 e que agiu por conta própria, sem o conhecimento do MBL.
“Estamos preparando hoje uma representação na corregedoria da PM contra os policiais. Eles foram identificados: um tenente e um sargento, um desses oficiais é bolsonarista e faz publicações bolsonaristas. A partir dessa representação nós vamos fazer pressão sobre o Rodrigo Garcia (PSDB) - governador de São Paulo e candidato à reeleição - que, em uma última instância, é o comandante da Polícia Militar de São Paulo”, disse Boulos.
Guilherme Boulos é alvo de ação ilegal da PM de São Paulo
O MBL, estrategicamente, usou um garoto menor de idade para agredir e colocar um celular no rosto de Guilherme Boulos. Tal situação deu início a um confronto entre os dois grupos.
Posteriormente, os militantes e candidatos do MBL, que deram início ao tumulto, acionaram a Polícia Militar e acusaram Boulos de ter agredido um menor de idade. Ao abordarem Boulos, os policiais queriam conduzi-lo para um DP.
Como se tratava de uma atitude ilegal por parte da PM, Boulos se recusou a acompanhá-los e, diante da negativa do candidato do PSOL, os policiais "provocaram um conflito" com os militantes que acompanhavam Boulos e usaram spray de pimenta.
A ação dos policiais viola o artigo 236 do Código Eleitoral, que dá imunidade a todos os candidatos por 15 dias antes da data da votação.
O impasse com os PMs durou cerca de 30 minutos e foi solucionado após a intervenção dos advogados Ariel de Castro Alves e Augusto de Arruda Botelho.
Confira abaixo o momento em que Guilherme Boulos é abordado pelos PMs.
SSP se pronuncia
Por meio de uma nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) declarou que os "policiais militares foram acionados, por volta das 15h30 deste domingo (25), para uma ocorrência de lesão corporal na Avenida Paulista".
O comunicado também informa que "um adolescente de 15 anos informou às equipes que foi agredido por um candidato a deputado federal, apresentando imagens das agressões e lesões aparentes no corpo. Os policiais localizaram o candidato e solicitaram que ele os acompanhasse até delegacia para registro dos fatos".
A nota finaliza informando que "o candidato se recusou a acompanhar as equipes ao distrito policial e um grupo de pessoas passou a hostilizar os policiais, que precisaram intervir, controlando o tumulto. A ocorrência foi apresentada no 78º DP (Jardins), onde o boletim de ocorrência está sendo registrado".