O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e candidato a deputado federal pelo PSOL de São Paulo, Guilherme Boulos, publicou um extenso artigo na revista Time, uma das mais importantes dos EUA, onde traça um perfil de Bolsonaro e como, desde a época em que era deputado federal, discursava contra a democracia e a favor de um regime ditatorial de extrema direita.
"Muito antes de chegar à Presidência, Bolsonaro já era conhecido no Brasil por suas posições de direita e por seu alinhamento ideológico com a ditadura militar instalada pelo golpe de 1964 que derrubou o esquerdista João Goulart, e que foi apoiado pelo governo americano. Defender o tiroteio de opositores de esquerda na campanha de 2018 e dizer em 2014 que "não estupraria" uma colega "porque ela não merecia" são apenas alguns exemplos que ilustram a personalidade autoritária de Bolsonaro, um ex-soldado", escreve Boulos.
Te podría interesar
Em outro momento, Guilherme Boulos afirma que a elite econômica do Brasil, mesmo tendo conhecimento do perfil violento e antidemocrático de Bolsonaro, resolveu apoiá-lo na eleição de 2018, pois, acreditava que, uma vez eleito, poderia controlá-lo.
"Ciente dessa história, a elite econômica brasileira ainda optou por apoiar Bolsonaro nas eleições de 2018, apoiando a prisão fraudulenta naquele ano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o impediria da corrida. Ao fazê-lo, eles abriram caminho para a eleição de um homem que eles achavam que poderia controlar nos próximos quatro anos", analisa o líder do MTST.
Te podría interesar
No entanto, Boulos pontua que "desde que chegou ao Palácio do Planalto, Bolsonaro só se tornou mais descarado em seu exagero autoritário. Seus discursos agressivos e irresponsáveis agravaram o clima de violência e encorajaram milhões de apoiadores em todo o Brasil a confrontar violentamente aqueles que discordam deles".
Além disso, Guilherme Boulos relata os ataques sistemáticos de Bolsonaro contra o sistema eleitoral do Brasil e revela um temor de que, caso a derrota do presidente seja confirmada nas eleições, que ele recorra à violência para evitar a posse de Lula (PT) e dar um golpe.
"Poucas pessoas ainda minimizam o risco de um golpe de Bolsonaro, embora alguns ainda acreditem que suas declarações preocupantes são apenas um grande blefe. Temo que Bolsonaro, uma vez derrotado nas urnas, como as pesquisas esperam, busque romper nossa democracia — e recorrer à violência para fazê-lo. A questão toda é se ele terá apoio suficiente para realizá-lo. Hoje, pelo que tudo indica, ele não faria. Mas isso não deve nos fazer subestimar o risco", escreve Boulos na Time.
A íntegra do artigo pode ser lida aqui.