ELEIÇÕES 2022

Boulos: “Bolsonaro está por trás da violência eleitoral”

Em entrevista ao Fórum Onze e Meia, o candidato a deputado federal destacou a importância da mobilização do campo progressista para Lula vencer no 1º turno

Boulos foi alvo de ameaça armada.Créditos: Reprodução/Redes Sociais
Escrito en POLÍTICA el

O candidato a deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), coordenador da campanha do ex-presidente Lula (PT) no estado de São Paulo, declarou que Jair Bolsonaro (PL) é o responsável direto por todos os atos de violência política que estão correndo no país.

Bolsonaro está por trás da violência eleitoral. Ele tem responsabilidade direta, estimulando sua militância a cometer esses atos. Esse ambiente era previsível durante o processo eleitoral, pois desde que assumiu ele incentiva e legitima a violência”, afirmou Boulos, em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta segunda-feira (12).

Ele abordou, ainda, a ameaça que sofreu, na sexta-feira (9), por um homem armado, quando fazia campanha ao lado da candidata a deputada estadual Ediane Maria (PSOL-SP), em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

“Não foi um ato isolado. Um dia antes, um bolsonarista assassinou um eleitor do Lula, no Mato Grosso. Não podemos normalizar o nível de violência atual”, destacou.

Boulos revelou que estava em uma caminhada de campanha panfletando na região de comércio de São Bernardo. “Quando fomos conversar com um homem, ele disse: ‘Aqui é Bolsonaro’. A Ediane tentou argumentar e ele respondeu que estava armado. Com isso, nossa equipe retirou a gente de perto e o cara foi embora. Ingressamos no Ministério Público Eleitoral para que tenhamos acesso às câmeras dos estabelecimentos comerciais do local para a identificação do homem”.

Vitória de Lula no primeiro turno “pode salvar vidas”

Boulos reafirmou que espera uma vitória de Lula no primeiro turno. “Isso pode salvar vidas. Caso haja segundo turno será um mês de agressões, de polarização odiosa por parte dos bolsonaristas”.

O psolista fez questão de ressaltar a importância da participação efetiva não só da militância, mas de todo o campo progressista nas eleições. “Não acredito que essa campanha seja no fogo baixo. É preciso mobilização intensa para virar voto. Quando a direita ocupa as ruas e a esquerda não responde, não dá coisa boa. Nossa militância não pode se intimidar, mas sem entrar no jogo da violência”, acrescentou.

Apoio público de Marina a Lula é um gesto simbólico importante

Boulos também destacou o respeito que tem por Marina Silva (Rede), que se reuniu com Lula, neste domingo (11), para selar apoio ao ex-presidente.

Foi um gesto simbólico importante o apoio público. Porém, para o eleitorado, era uma situação que já estava digerida. Vejo com muito bons olhos. Mas uma virada mesmo depende do engajamento de todos do campo progressista. Serão 20 dias decisivos até a eleição e 1%, 2% de votos podem definir a vitória de Lula no primeiro turno. É preciso evitar o ‘já ganhou’”, alertou.

“Ciro se tornou refém da própria estratégia de ataques e ofensas ao PT e a Lula”

Boulos também comentou os frequentes e cada vez mais violentos ataques de Ciro Gomes (PDT) ao PT e a Lula.

“Respeito a trajetória e a história do Ciro. Mas ele escolheu uma estratégia completamente equivocada e se tornou refém da própria estratégia de ataques e ofensas. Além disso, dinamitou o caminho de volta. Ele optou por usar o antipetismo como grande mote de campanha e isso é uma tragédia, pois, inclusive, dificulta derrotar Bolsonaro no primeiro turno”, avaliou.

O candidato a deputado federal disse, também, que tem certeza que, em caso de derrota, Bolsonaro “vai tentar deslegitimar o processo eleitoral. A questão é quem vai com ele. Por isso, em uma eventual vitória de Lula no primeiro turno será muito difícil ele ter força para conseguir seu objetivo”.

Assista à entrevista na íntegra: