Coordenador da campanha do pai, Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pediu e o desembargador Demetrius Gomes Cavalcanti, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, determinou a censura à reportagem de Juliana Dal Piva e Thiago Herdy, no portal Uol, que revelou o esquema de compra em dinheiro vivo de 51 dos 107 imóveis negociados pelo clã presidencial.
O juiz acatou a alegação da defesa de Flávio - a mesma usada para frear as investigações sobre o esquema de corrupção das rachadinhas - de que a reportagem usou informações sigilosas contidas em inquérito policial que já havia sido anulado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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O inquérito investigava justamente o esquema das chamadas rachadinhas, que pode ter financiado a compra dos imóveis em dinheiro vivo a partir da devolução de parte dos salários de funcionários fantasmas colocados em cargos comissionados pelo clã Bolsonaro.
"Tais matérias foram veiculadas quando já se tinha conhecimento da anulação da investigação, em 30/08/2022 e 09/09/2022, o que reflete tenham os Requeridos excedido o direito de livre informar. “A uma, porque obtiveram algumas informações sigilosas contidas em investigação sigilosa anulada e, a duas, porque vincularam fatos (compra de imóveis com dinheiro em espécie), cuja divulgação lhes é legítima, a suposições (o dinheiro teria proveniência ilícita) não submetidas ao crivo do Poder Judiciário, ao menos, até o momento”, escreveu o desembargador, que determinou “a imediata retirada do ar das reportagens sobre o tema, até o julgamento do caso" em plenário.