“O QUE MAIS QUEREM DE MIM?”

Ex de Bolsonaro reclama de investigação no Instagram: “não vou falar sobre imóveis”

Mãe de Jair Renan, Ana Cristina Valle usou as redes sociais para promover candidatura e desabafar sobre escândalo familiar; Imobiliárias dizem que pagamento em dinheiro vivo não é prática comum

Ana Cristina Valle, ex mulher de Jair Bolsonaro (PL) e mãe do seu quarto filho, Jair Renan.Créditos: Reprodução/Instagram@cristinabolsonaro
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Ana Cristina Valle (PP), ex-mulher de Jair Bolsonaro (PL) e mãe do seu quarto filho, Jair Renan, usou o Instagram nesta quarta-feira (14) para desabafar contra as investigações que sofre pelo envolvimento no escândalo da compra de imóveis em dinheiro vivo pela família do presidente. Além do desabafo, também lembrou seus seguidores que é candidata a deputada distrital.

“Olá, hoje eu tô aqui pra falar pra vocês porque eu não dou entrevista, porque eu não falo sobre a casa, os bens e os imóveis. Porque eu não tenho o que falar. Se eu falar pra mídia, ela vai escrever exatamente o que ela quer, e não a verdade. Eles só querem nos prejudicar. Me prejudicar, prejudicar o governo Bolsonaro, a família, e a perseguição vem desde 2018”, disse Ana Cristina Valle.

No vídeo a ex mulher do presidente afirmou que está casada com outra pessoa e não deve satisfações sobre a compra de imóveis da família Bolsonaro. Ela é investigada desde o mês passado pela Polícia Federal sobre a compra casa onde mora e se diz perseguida pela imprensa. No entanto, de acordo com relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), ela realizou transações consideradas “atípicas” na aquisição do imóvel.

A PF acredita que Cristina tenha sido a laranja para a compra do imóvel, uma vez que as movimentações identificadas estariam fora da realidade dos seus rendimentos de assessora parlamentar. Além disso, Ana Cristina Valle chegou a dizer publicamente que alugava a mansão, para posteriormente declarar à Justiça Eleitoral ser a dona do imóvel, no ato de registro da sua candidatura.

Pagamento de imóveis com dinheiro vivo são geralmente recusados

Em reportagem publicada ontem (13) na qual ouviu cerca de 20 empresas do setor imobiliário, a Folha de S. Paulo foi direto ao ponto e afirmou logo no título: “Pagar imóvel com dinheiro vivo é recusado por imobiliárias”. As razões para isso seriam justamente medidas de segurança em um “mercado vulnerável à lavagem de dinheiro”.

A principal dificuldade apontada pelos executivos do ramo estaria em rastrear a origem do dinheiro “vivo” que estaria sendo utilizado. A burocracia para realizar tal transação é tão complicada que geralmente mesmo os clientes mais endinheirados optam por outras formas de pagamento. Não foi o caso da família presidencial, que negociou metade dos seus imóveis, e não são poucos, em dinheiro vivo.

*Com informações da Folha.