COMO PENSA O BRASIL?

Datafolha: Violência política assusta 67,5% dos brasileiros

Apoio a pautas conservadoras, sobretudo as vinculadas ao bolsonarismo, como liberação das armas e fim das cotas raciais nas universidades perderam apoio na população

Manifestação pelo impeachment de Jair Bolsonaro (PL) em 29 de maio de 2021, em São Paulo.
Manifestação pelo impeachment de Jair Bolsonaro (PL) em 29 de maio de 2021, em São Paulo. Créditos: Reprodução/Mídia Ninja
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Os casos recentes de violência política que o país acompanhou parecem refletir em nova pesquisa Datafolha, divulgada na última quarta-feira (14). Nela, 67,5% dos brasileiros afirmam terem medo de serem vítimas de violência política por ocasião de declararem votos ou posições políticas.

Outro dado que chama atenção é em relação aos 3,2% dos entrevistados que relataram já terem sofrido algum tipo de ataque ou ameaça por motivação política. A porcentagem equivale a cerca de 5,3 milhões de pessoas.

Para além da violência política direta, entre a própria população, como a que vitimou o guarda municipal Marcelo Arruda, assassinado pelo agente penal bolsonarista Jorge Guaranho durante sua festa de aniversário, também os arroubos golpistas do atual governo estão reprovados pela população. 90% respondeu que qualquer vencedor das eleições deve tomar posse em janeiro de 2023.

Com exceção do Direito ao Aborto, ao qual 42% declaram ser totalmente contrários, as demais pautas de caráter mais direitista, e especialmente as mais identificadas com o bolsonarismo, apresentaram queda nas preferências da população. Ideias como a defesa às armas, oposição à cotas raciais e a adoção de crianças por casais gays são rejeitadas pela maioria dos entrevistados. Além disso, a pauta da demarcação de terras indígenas aparece ganhando mais apoio.

O apoio popular a pautas de direitos humanos, políticos e sociais também foi alto. 82,2% disseram concordar com a ideia de que homens e mulheres deveriam repartir igualmente as vagas no Congresso Nacional, além de outros 83,4% que reconheceram a existência do racismo no país – contra 11,3% que o negam. 64,7% declarou apoiar que casais homossexuais possam adotar crianças e ainda houve 67,8% dos entrevistados que declaram apoio às cotas raciais nas universidades.

A pesquisa foi encomendada pela Rede de Ação Política pela Sustentabilidade e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e teve, como conclusão, que os discursos autoritários perderam a força em um país que em 2019 foi avaliado como um dos dez mais propensos a tendências autocráticas no mundo.

*Com informações do Estadão e da Carta Capital.

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