DE AMEAÇAS A MORTES

Em ação com mais de 60 páginas, Lula cobra medidas do TSE contra escalada de violência política

Coligação do ex-presidente lista uma série de casos de violência promovidos por bolsonaristas contra petistas, incluindo assassinatos e atentados, e responsabiliza Bolsonaro pelo clima de intolerância

Lula.Créditos: Ricardo Stuckert
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A coligação do ex-presidente Lula (PT), líder nas pesquisas de intenção para a disputa pelo Palácio do Planalto, protocolou junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta quarta-feira (14), uma representação em que solicita providências contra a escalada de intolerância e violência política.

Nas últimas semanas, ameaças, intimidações, atentados e até mesmo assassinatos com motivações políticas, praticados principalmente por bolsonaristas contra petistas, vêm se intensificando. 

“A escalada de violência não é ao acaso, é fruto do modus operandi idealizado e aplicado por Jair Messias Bolsonaro através da construção do ideário de intolerância e polarização; do subsídio armamentista, armando a população; e da efetiva concretização da violência”, diz a ação, que contém mais de 60 páginas listando casos de violência política recentes, além declarações e ações de Bolsonaro o associam diretamente a intensificação do clima de ódio no país.

Estratégia liderada por Bolsonaro 

Segundo a coligação de Lula, a violência política no país está atrelada uma "estratégia organizada e liderada por Jair Bolsonaro" que contém três eixos.

O primeiro eixo apontado é o que consiste na "gradativa construção de um ambiente de intolerância a partir de publicações, narrativas e falas contundentes de Bolsonaro associando petistas a facções criminosas, de modo a instaurar em sua base eleitoreira um sentimento de desumanização dos opositores políticos, a serem combatidos por aqueles que seriam 'justiceiros e cidadãos de bem'".

Na ação, os advogados da coligação destacam um levantamento de massivas publicações da base bolsonarista citando os termos "CPF Cancelado", “menos um eleitor do Lula [com vídeo de criminosos mortos, por reação das vítimas]” em analogia de que “todo eleitor de Lula é bandido e merece morrer”. 

O segundo aponta para "publicação de diversos decretos presidenciais que facilitaram o acesso a armas e munições, com o aumento de 473% de pessoas armadas no Brasil, a partir da regulação unilateral do Poder Executivo". 

Por fim, o último eixo trata da "consumação da violência política, tendo como exemplos casos recentes de assassinatos e ameaças de pessoas ligadas ao PT e outros partidos de esquerda". 

Entre outras medidas para garantir a paz durante o processo eleitoral, a coligação de Lula cobra do TSE a criação de um canal direto, no site do tribunal, para denúncias de violência política