ELEIÇÕES 2022

Eduardo Bolsonaro faz dobradinha com Veja para atacar ação de Moraes contra empresários

Nota da revista compartilhada pelo deputado tenta desqualificar ação contra empresários golpistas, suspeitos de financiar atos antidemocráticos

Afrânio Barreira com Bolsonaro.Créditos: Redes Sociais
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) compartilhou nesta terça-feira (30), em sua conta do Twitter, um texto da coluna Radar Econômico, da Veja.

Nele, o jornalista tenta desqualificar a ação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, contra empresários que ameaçaram através de um grupo de WhatsApp um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vença as eleições.

O texto afirma em seu título que “‘Figurinha’ de WhatsApp virou elemento para operação contra empresário”. Na pequena nota, o colunista comenta “a ordem de busca e apreensão contra o empresário Afrânio Barreira, da rede de restaurantes Coco Bambu”.

“Em um dos trechos das justificativas para as operações contra oito empresários, autorizada por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro argumenta que Barreira ‘anuiu com as ideias propaladas pela pessoa de José Koury postando ‘uma figurinha de um rapaz aplaudindo’”. 

Eduardo Bolsonaro pergunta em seu tuíte “qual é a consistência de um relatório de inteligência que se apoia em figurinha de zap para justificar mandados de busca e apreensão. Pelo amor de Deus, Polícia Federal!”

Financiamento de atos

Muito além das figurinhas de WhatsApp, no entanto, o processo conta com 32 páginas em que, entre outras coisas, liga os empresários citados às milícias digitais, menciona pedido feito pela Polícia Federal (PF) pela operação e diz, inclusive, que empresário ligado a Luciano Hang teria financiado o aluguel de caminhões que invadiram Brasília para ameaçar o STF em 2021, além da informação de que sites bolsonaristas estariam recebendo milhões de reais, inclusive do exterior.

“Em virtude da presença de fortes indícios e significativas provas apontando a existência de uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleo de produção, publicação e financiamento político absolutamente idênticos aos investigados no inquérito das milícias digitais, com a nítida finalidade de atentar contra a democracia. Por tanto, em face das circunstâncias apontadas é imprescindível a realização de diligências, inclusive com o afastamento de garantias, que não podem ser usadas como escudo para a prática de atividades ilícitas”, diz um trecho do documento.