Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou, nesta segunda-feira (29), a decisão que autorizou a operação de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas na semana passada. Em conversas em grupos de WhatsApp, eles defenderam golpe de Estado em caso de vitória do ex-presidente Lula (PT) nas eleições de outubro.
Entre eles, estão Luciano Hang, da Havan, José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtora W3, José Koury, do Barra World Shopping, André Tissot, do Grupo Serra, Meyer Nirgri, da Tecnisa, Marco Aurélio Raimundo, da Mormai, e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu.
O documento conta com 32 páginas, liga os citados às milícias digitais, menciona pedido feito pela Polícia Federal (PF) pela operação e diz, inclusive, que empresário ligado a Luciano Hang teria financiado o aluguel de caminhões que invadiram Brasília para ameaçar o STF em 2021, além da informação de que sites bolsonaristas estariam recebendo milhões de reais, inclusive do exterior.
“Em virtude da presença de fortes indícios e significativas provas apontando a existência de uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleo de produção, publicação e financiamento político absolutamente idênticos aos investigados no inquérito das milícias digitais, com a nítida finalidade de atentar contra a democracia. Por tanto, em face das circunstâncias apontadas é imprescindível a realização de diligências, inclusive com o afastamento de garantias, que não podem ser usadas como escudo para a prática de atividades ilícitas”, diz um trecho do documento.
PF também pede quebra do sigilo telemático dos empresários
Morais afirma, ainda, que a PF também solicitou a quebra do sigilo telemático dos empresários e a apreensão dos aparelhos celulares, segundo a CNN Brasil.
A PF dizia que as medidas deveriam ser tomadas com rapidez, diante do “momento pré-eleitoral, de acirramento da polarização”.