Horas depois que a operação da Polícia Federal (PF) contra os empresários que trocaram mensagens de teor golpistas foi deflagrada, o procurador-geral da República, Augusto Aras, se queixou de que não havia sido notificado.
No entanto, o gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que autorizou a ação da PF, desmentiu o PGR e revelou que a Procuradoria foi notificada no dia 22.
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"A Procuradoria-Geral da República foi intimada pessoalmente da decisão [...] com a entrega da decisão proferida pela Assessoria de Apoio aos Membros da Procuradoria-Geral da República no STF. Esclarece, ainda, que a referida decisão, posteriormente, foi encaminhada ao gabinete da vice-procuradora-geral da República às 15h35, onde recebida às 16h40 do mesmo dia", revela a nota do gabinete de Alexandre de Moraes.
O gabinete de Moraes também ressalta que tal "procedimento de intimação é rotineiro, a pedido da própria PGR, conforme demonstram inquéritos e petições que tramitam neste gabinete", conclui a nota.
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Celulares apreendidos têm mensagens entre Aras e empresários golpistas
A irritação do procurador-geral da República e procurador-geral Eleitoral, Augusto Aras, com a operação da PF que fez buscas e apreensões nas propriedades de empresários que endossaram discursos golpistas de Jair Bolsonaro (PL) parece que finalmente tem uma explicação. Segundo informações exclusivas do portal Jota.info, os celulares apreendidos nesta terça-feira (23) durante a operação teriam gravações de trocas de mensagens entre Aras e alguns dos empresários golpistas.
De acordo com as fontes da Polícia Federal, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Ministério Público Federal (MFP), o teor das mensagens traria duras críticas a atuação do ministro Alexandre de Moraes, que acumula ministério no STF com a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ainda haveria comentários sobre a campanha de Bolsonaro nas mensagens que seguem mantidas sob sigilo pela investigação.
A função de Aras como procurador-geral Eleitoral balança diante das supostas conversas com empresários golpistas. A suspeição naturalmente levantada diante dos fatos coloca sua isenção diante dos acontecimentos em uma posição frágil.
Um dos contatos de Aras seria o empresário Meyer Nigri, da empreiteira Tecnisa, citado inclusive com agradecimentos em seu discurso de posse na PGR. Assessores de Aras declararam que o procurador-geral tem amigos no meio empresarial e que então seria normal que mantivesse conversas com eles.