Em entrevista na manhã desta quarta-feira (17) a uma rádio de Minas Gerais, Lula (PT) comentou sobre o "incômodo" latente de Jair Bolsonaro (PL) durante a posse de Alexandre de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ato aconteceu na noite anterior e reuniu quatro ex-presidentes, a maioria dos ministros das cortes superiores e um grande número de autoridades e foi transformado em um grande ato em defesa da democracia e do sistema de votação pelas urnas eletrônicas.
Lula fez questão de dizer que não encontrou Bolsonaro - "a gente estava no mesmo espaço físico, mas estávamos muito distantes um do outro - e afirmou que o ato "valorizou muito a questão da Democracia".
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"Bolsonaro estava muito incomodado porque ele ouviu tantas vezes a palavra democracia, tantas críticas ao autoritarismo, às fake news que ele estava muito incomodado. Cada discurso que falava de democracia era visível a cara dele de constrangimento. Ele quase que não bateu palma para nenhum discurso. Ele com muita vontade ficava em pé para aplaudir as pessoas quando elas levantavam. E eu compreendo esse comportamento dele porque ele passou o tempo inteiro desaforando a Justiça eleitoral, desacreditando a urna eletrônica, tentando desmoralizar as eleições. E ontem foi um ato de fortalecimento do estado de Direito Democrático no Brasil, em que a gente valorizou muito a questão da Democracia. Foi um ato importante, muito forte. A presença de tantas autoridades - 22 governadores, praticamente todos os ministros das cortes superiores, 4 ex-presidentes da República. Foi um ato muito importante pela democracia e por isso o presidente estava muito incomodado porque ele não gosta de democracia", afirmou o petista, que lidera as pesquisas de intenção de votos.
Lula ainda ressaltou que os discursos foram muito lúcidos em prol da democracia e elogiou a postura de Alexandre de Moraes que, segundo ele, saiu muito fortalecido.
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"Acho que o Alexandre saiu muito fortalecido, a justiça eleitoral saiu fortalecida, as urnas eletrônicas saíram com muito mais respeitabilidade. E agora faltam poucos dias para as eleições e vamos consolidar o processo eleitoral".
Para Lula, foi um "ato de civilidade", de pessoas que gostam e respeitam a democracia.
"Foi um ato da civilidade. Foi um ato das pessoas que gostam e respeitam a democracia, que ao longo da história do Brasil lutaram pela conquista do Estado de Direito Democrático se juntaram para dizer ao Brasil que nós queremos paz, tranquilidade, trabalho. Que queremos uma eleição que seja limpa, que seja uma eleição em que se possa fazer o debate democrático na televisão, no rádio e o resultado seja respeitado. Foi um sinal muito forte da sociedade brasileira dizendo a todos aqueles que não gostam de democracia que a maioria soberana do povo brasileiro quer democracia, brigou por democracia e consolidou ontem à noite a democracia", disse.
Cortejado durante o ato, Lula disse que, ao contrário de Bolsonaro, conversou com todos que pode.
"Não sei se vocês repararam, ele ficou sentado o tempo inteiro ao lado do presidente do Senado e em nenhum momento trocou uma palavra. É uma coisa estranha porque normalmente quando você, sendo presidente ou não, está sendo à mesa você conversa com as pessoas ao lado. Eu conversei com o Sarney, com o Temer. Afinal de contas, a gente estava sentados juntos. E ele não conversou, numa demonstração que ele estava muito inquieto, muito incomodado, nunca tinha visto a quantidade de ar respirando democracia que ele viu ontem. Ali cheirava democracia, liberdade, respeito às urnas, a luta contra fake news. Então, ele estava incomodado porque o ato era contra quase tudo que é o comportamento do presidente da República", afirmou.
Assista.