Tarcísio ataca câmera em uniformes de PMs que baixaram em 80% violência policial em SP

O candidato bolsonarista ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), negou durante entrevista ao jornal O Globo nesta terça-feira (16) que esteja "escondendo Bolsonaro" e afirmou que isso não passa de especulação da imprensa. 

"Eu não seria ministro se não fosse por ele (Bolsonaro). Eu tenho gratidão e lealdade ao presidente. Além disso, eu acredito no seu legado [...] isso aí tem interesse eleitoral por trás. Eu consigo me blindar com o presidente. A gente está muito unido, e vai mostrar isso na campanha", disse Tarcísio. 

E para mostrar que, de fato, está alinhado com o presidente, Tarcísio Freitas, ao responder questões sobre segurança pública, defendeu o armamento dos cidadãos como forma de conter a violência e afirmou que os cidadãos "têm de ter liberdade para possuírem e portarem armas de fogo. 

Apesar da presença de câmeras em uniformes dos policiais militares de São Paulo ter reduzido em 80% a letalidade policial, Tarcísio de Freitas se revelou contrário à medida e afirmou que ela é um "voto de desconfiança para o policial". 

"Eu sou o único (dos candidatos ao governo de São Paulo) que já esteve com um fuzil na mão numa situação de combate. E eu sei como é importante ter velocidade na sua tomada de decisão. É pessoa que tem, numa fração de segundos, decidir se vai se engajar ou não, e isso pode custar a vida", justificou o candidato bolsonarista a sua posição contrária a presença de câmeras nas fardas dos policiais. 

 

SP: Letalidade policial cai 80% com um ano de uso de câmera nos uniformes

 

As mortes cometidas por policiais militares despencaram em 19 dos 131 batalhões do estado de São Paulo após um ano de uso de câmera nos uniformes, que gravam as operações policiais. 

Levantamento feito pelo UOL revela que houve uma queda de 80% na letalidade policial nessas unidades após a implantação do programa Olho Vivo, que prevê a instalação de câmeras nos uniformes. 

Entre junho de 2021 e maio deste ano, os 19 batalhões tiveram 41 mortes por intervenção policial. Nos 12 meses anteriores foram registradas 207 mortes por policiais. 

Além disso, em junho do ano passado nenhuma morte foi registrada, isso não ocorria nas 19 unidades da Polícia Militar desde maio de 2013. 

Também caíram as lesões corporais de policiais durante as operações: foram 44 agentes que se machucaram em ação policial durante abordagem nos 12 meses após a adoção das câmeras - 28% menos do que as 61 ocorrências registradas um ano antes.