A Polícia Federal (PF) antecipou-se ao calendário oficial do período eleitoral e cederá uma numerosa equipe de segurança para proteger o ex-presidente Lula (PT) a partir do próximo dia 21. A data para que essas medidas passassem a ser aplicadas era 16 de agosto, mas o episódio da bomba lançada no ato do presidenciável ocorrido na última quinta (7), no Rio de Janeiro, foi a gota d’água para a corporação anunciar o emprego dos agentes com quase um mês de antecedência. Pela primeira vez, os candidatos poderão escolher os homens e mulheres de confiança da corporação para forma seus times de "anjos da guarda".
Embora a justificativa oficial seja a forte polarização política e a campanha mais “tensa” do que o normal, argumento para que também ofereçam desde já o serviço de proteção para outros candidatos, a PF foi movida pelas pressões vindas da direção nacional do PT e de outros interlocutores da sigla, além, claro, da percepção indisfarçável de que Lula está sendo ameaçado e colocado em risco o tempo todo por seguidores de Jair Bolsonaro.
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A informação passada por servidores da PF, de maneira informal, aponta para um grupo altamente especializado em proteção de autoridades, bem armado, composto por 27 guarda-costas (todos agentes federais), além de carros blindados, maletas balísticas, coletes à prova de balas e outros recursos, que se somarão ao esquema de segurança complexo já utilizado por Lula.
Nos bastidores, visto que a campanha petista não fala sobre esse assunto por razões óbvias, o líder de esquerda vem contando há meses com seus quatro guarda-costas a que tem direito como ex-presidente, que são agentes do Estado e estão armados até com submetralhadoras, além de pelo menos outros 10 homens armados (servidores da segurança pública que têm porte de arma), e uma outra dúzia de brutamontes desarmados e aptos para atuarem num “corpo a corpo”, digamos assim, caso seja necessário.
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Uma outra ocorrência que pesou na decisão da Polícia Federal de iniciar o quanto antes a proteção de Lula foi o assassinato do ex-premiê japonês Shinzo Abe, ocorrido na manhã de sexta (8). A forma como seu algoz agiu para acertá-lo com disparos feitos por uma arma artesanal chamou a atenção dos agentes especializados em proteger autoridades, que viram falha na equipe que resguardava o antigo líder nipônico. Embora bem posicionados, treinados e armados, os guarda-costas cometeram um breve descuido que resultou na tragédia.