A segurança pessoal do ex-presidente Lula, embora profissional e feita com grande contingente, segue sendo uma das principais preocupações nesses meses que antecedem as eleições de outubro. Um novo incidente foi registrado na tarde desta terça-feira (21), durante o evento de lançamento das diretrizes que servirão de base para o programa de governo do pré-candidato petista, realizado num hotel de alto padrão de São Paulo.
Um bolsonarista identificado como Caíque Mafra, filiado ao Republicanos e que seria pré-candidato a deputado estadual, invadiu o local da reunião, entrou na área onde estava colocada a bancada com os participantes do encontro e, aos berros, chegou muito próximo de Lula, fazendo ataques ao líder do PT e também a Geraldo Alckmin (PSB), o vice de sua chapa.
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Os guarda-costas agiram rapidamente. Alguns detiveram o possível agressor, enquanto outros se aproximaram por trás do ex-presidente para protegê-lo. O homem foi rapidamente retirado do local e depois conduzido a uma delegacia de polícia para registro da ocorrência. Instantes após o episódio, o presidente da Fundação Perseu Abramo, o ex-senador Aloizio Mercadante, informou que a plataforma on-line do evento, por onde o ato era transmitido na internet, vinha sofrendo uma sequência de ataques por parte de bolsonaristas durante o dia.
Segurança atenta
Um episódio que mostrou a capacidade de reação de sua segurança e ganhou os noticiários foi a tentativa de interceptação de sua comitiva após um almoço em Campinas (SP), dia 5 de maio. Um grupo numeroso de guarda-costas amparou os veículos que transportavam o círculo mais próximo do líder de esquerda e um deles causou furor por descer armado com uma submetralhadora HK UMP 40. Mas essa não foi a única ação de seus protetores profissionais.
Uma viagem de Lula a Santa Catarina que ocorreria nos dias 2 e 3 de junho foi suspensa, ou adiada, conforme anúncio oficial. Embora um imbróglio político esteja no centro da visita (envolvendo pré-candidatos do PT e PSB ao governo do Estado), o que de fato fez com que a ida fosse suspensa foi uma ameaça detectada em terras catarinenses. Sem conseguir um local com segurança adequada, fechado e com controle de entrada, a equipe de guarda-costas orientou pelo adiamento dos encontros, que já estavam na mira de extremistas bolsonaristas, flagrados em conversas cibernéticas.
No caso da presença de Lula em Porto Alegre, que ocorreu em 1° de junho, a intenção do ex-presidente era fazer uma caminhada pelo centro histórico da capital gaúcha, mas como a área é repleta de edifícios altos e com muitas janelas, sacadas e terraços, sua equipe de segurança, após vistoriar o local, orientou o pré-candidato e seu staff a não passarem por lá. Lula se reuniu num local mais controlado e sob vigilância, com entrada sob condições de minuciosa revista e com detectores de metal.
Um outro episódio em que os guarda-costas e espiões digitais do entourage do petista precisaram agir foi durante sua agenda em Juiz de Fora (MG), dia 12 de maio. Possíveis atentados e distúrbios foram detectados no curso da visita e a reunião do político de esquerda com autoridades da região foi transferida de endereço subitamente, sem causar alardes.