GUARDIÕES

Equipes de segurança e inteligência de Lula têm evitado ações de bolsonaristas

Com guarda-costas armados e altamente treinados, além de sistema de monitoramento de ameaças, entourage do ex-presidente possibilita agenda política de líder de esquerda, mesmo sob risco de ataques da extrema-direita

Grupo de guarda-costas de Lula, em Campinas.Créditos: Twitter/Reprodução
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O ex-presidente Lula vem realizando sua agenda política de pré-campanha sem intercorrências em relação à sua segurança, mesmo com todas as ameaças de morte por parte de radicais de extrema-direita que compõem as franjas bolsonaristas mais violentas, e isso só tem sido possível graças ao trabalho de uma equipe de guarda-costas armados e altamente treinados, aliado a um grupo de inteligência que faz o monitoramento de possíveis perigos que possam aparecer no caminho.

Um episódio que mostrou a capacidade de reação de sua segurança e ganhou os noticiários foi a tentativa de interceptação de sua comitiva após um almoço em Campinas (SP), dia 5 deste mês. Um grupo numeroso de guarda-costas amparou os veículos que transportavam o círculo mais próximo do líder de esquerda e um deles causou furor por descer armado com uma submetralhadora HK UMP 40. Mas essa não foi a única ação de seus protetores profissionais.

A reportagem da Fórum não dará detalhes sobre o contingente de agentes de segurança e sobre as técnicas usadas por eles, tampouco pormenores de como funciona o sistema de vigilância e inteligência que monitora redes e grupos bolsonaristas, mas as informações a seguir mostram como sua equipe vem realizando um trabalho minucioso e criterioso na tarefa de garantir a integridade do homem que pode ser tornar o próximo presidente da República.

Uma viagem de Lula a Santa Catarina que ocorreria nos dias 2 e 3 de junho foi suspensa, ou adiada, conforme anúncio oficial, na segunda-feira (30). Embora um imbróglio político esteja no centro da visita (envolvendo pré-candidatos do PT e PSB ao governo do Estado), o que de fato fez com que a ida fosse suspensa foi uma ameaça detectada em terras catarinenses. Sem conseguir um local com segurança adequada, fechado e com controle de entrada, a equipe de guarda-costas orientou pelo adiamento dos encontros, que já estavam na mira de extremistas bolsonaristas, flagrados em conversas cibernéticas.

No caso da presença de Lula em Porto Alegre, que deve ocorrer nesta quarta-feira (1°), a intenção do ex-presidente era fazer uma caminhada pelo centro histórico da capital gaúcha, mas como a área é repleta de edifícios altos e com muitas janelas, sacadas e terraços, sua equipe de segurança, após vistoriar o local, orientou o pré-candidato e seu staff a não passarem por lá. Lula deve se reunir num local mais controlado e sob vigilância, como algum estádio ou ginásio porto-alegrense, com entrada sob condições de minuciosa revista e com detectores de metal.

Um outro episódio em que os guarda-costas e espiões digitais do entourage do petista precisaram agir foi durante sua agenda em Juiz de Fora (MG), no último dia 12. Possíveis atentados e distúrbios foram detectados no curso da visita e a reunião do político de esquerda com autoridades da região foi transferida de endereço subitamente, sem causar alardes.

Os locais em que Lula discursa e visita são inspecionado de maneira rigorosa. Jamais são permitidas áreas abertas nas costas ou à frente do ex-presidente, sobretudo com prédios ou locais de mata. Nas entradas dos eventos fechados, todos são revistados e seus guarda-costas carregam o tempo todo proteções balísticas que pode ser acionadas para cobrir o corpo do ex-mandatário.

Naturalmente o PT não comenta assuntos de segurança e as mudanças ocorridas por essas razões também são dissimuladas, normalmente com pretextos políticos. Mas o fato é que seu sistema de proteção e de vigilância deve cada vez mais se afinar até o pleito marcado para outubro. Um longo caminho para os guardiões do líder que se tornou a esperança de dezenas de milhões de brasileiros.