BARBÁRIE

Violência política: Brasil registra mais de 100 casos no segundo trimestre de 2022, diz pesquisa

Levantamento feito por grupo da Universidade Federal do RJ revela que ameaças e homicídios são os tipos mais recorrentes de violência contra lideranças políticas

Violência política: Brasil registra mais de 100 casos no segundo trimestre de 2022, diz pesquisa.Créditos: Reprodução
Escrito en POLÍTICA el

Levantamento feito pelo Observatório da Violência Política e Eleitoral da UniRio mostra que a violência política no Brasil cresceu 335% no Brasil nos últimos três anos. 

Realizado desde 2020, a pesquisa indica que, apenas em 2022 foram registrados 214 casos de violência política. Para modo de comparação, ao longo de todo o ano de 2019 o Observatório registrou 47 casos. 

Os dados utilizados pelo Observatório da Violência Polícia e Eleitoral são produzidos a partir do mapeamento de ameaças, homicídios, atentados, homicídios de familiares, sequestros e sequestro de familiares. 

 

O último boletim, que abrange os meses de abril a junho, revela que: 

 

- Desde o início da contagem, em janeiro de 2019, até o presente momento, foram registrados 1209 casos;

- No segundo trimestre de 2022, 101 casos de violência foram contabilizados. Em comparação ao trimestre anterior, houve recuo de 10,06%; 

- Em comparação com o mesmo trimestre em 2020, ano das eleições municipais, houve um aumento de 17,4% no número de casos; 

- 23 estados tiveram ao menos um caso de violência política. Acre, Alagoas, Amapá e Roraima não registraram episódios de violência política; 

- São Paulo lidera com 17 casos de violência, seguido por Bahia e Rio de Janeiro com 10 casos cada; 

- Foram contabilizados 24 homicídios no período. As mortes aconteceram em 14 estados brasileiros, com destaque para o Paraná, com quatro casos. 

- 22 partidos foram atingidos pela violência. PSD foi a sigla mais atingida, com 12 casos, seguido do PL, com 10 casos, PSDB e Republicanos com nove casos cada, PT com sete casos e PSOL com seis. 

 

Os tipos de violência 

 

De acordo com o levantamento, as ameaças continuam sendo a violência política com maior incidência. Entre abril e junho de 2022, 37 lideranças (36,6%) sofreram algum tipo de intimidação. Em seguida, aparecem as agressões, com 27 casos (26,7%), os homicídios com 19 casos (18,8%), nove atendados (8,9%), cinco homicídios de familiares (5%), dois sequestros (2%) e também dois sequestros de familiares (2%). 

O Boletim do Observatório da Violência Política e Eleitoral é uma publicação realizada pelo Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (GIEL/UNIRIO). 

Segundo os coordenadores da Observatório, os dados são coletados a partir do acompanhamento dos veículos de comunicação nacionais, incluindo noticiário de rádio e televisão, jornais e revistas impressos, blogues jornalísticos. Também é utilizado o Alerta do Google a partir de um conjunto específico de palavras-chave. 

Posterior a coleta de dados, as informações são confrontadas para se descartar mortes naturais, acidentais ou sem razão conhecida.

A íntegra do levantamento pode ser conferida aqui.