O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) declarou na manhã desta segunda-feira (11) que lamenta o assassinato de Marcelo Arruda por um militante bolsonarista, mas afirmou a motivação do crime não foi política, mas sim fruto do consumo de álcool. Mourão relativiza o assassinato.
"Olha, é um evento lamentável né? Ocorre em todo final de semana em todas as cidades do Brasil de gente que provavelmente bebe e aí extravasa as coisas, né?", declarou Mourão na chegada ao Palácio do Planalto.
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Mourão também declarou que o assassinato faz parte do cotidiano do Brasil e que cenas do tipo ocorrem todos os finais de semana. "Não, não é preocupante. Não queira fazer exploração política disso aí. Vou repetir o que eu estou dizendo, e nós vamos fechar esse caixão, tá? Vou repetir o que eu estou falando: para mim, é um evento desses lamentáveis, que ocorrem todo final de semana nas nossas cidades, de gente que briga", respondeu.
Randolfe: Bolsonaro deve ser responsabilizado no TSE por "discurso de ódio" e "incitação à violência"
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) declarou, por meio de suas redes sociais, que vai entrar com uma representação no Tribuna Superior Eleitoral (TSE) para responsabilizar o presidente Jair Bolsonaro (PL) por "discurso de ódio" e "incitação à violência".
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"As instituições, candidatos e partidos comprometidos com a democracia têm a obrigação de reagir ao avançar da barbárie bolsonarista. Ainda esta semana iremos propor representação ao TSE para responsabilizar Jair Bolsonaro por discursos de ódio e incitação à violência", escreveu Randolfe.
Barbárie: Bolsonarista assassina líder do PT em Foz do Iguaçu durante festa de aniversário
O primeiro assassinato político do bolsonarismo na campanha eleitoral 2022 aconteceu nesta madrugada em Foz do Iguaçu (PR). O guarda municipal Marcelo Arruda morreu na madrugada deste domingo (10) em sua festa de 50 anos de idade após levar três tiros disparados pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, da Polícia Penal Federal (PPH).
Marcelo havia sido candidato a vice-prefeito da cidade pelo PT em 2020, era diretor do Sindicato de Servidores Públicos do município e tesoureiro do PT em Foz. A festa acontecia na Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), toda ela com temas vinculados ao PT e à candidatura Lula, com cantos e vivas ao ex-presidente. Veja abaixo o vídeo da festa antes do assassinato.
O assassino interrompeu a festa cerca de 20 minutos antes do assassinato. Ele parou seu carro do lado de fora da Aresfi, onde acontecia a comemoração, aos gritos de “é Bolsonaro, seus filhos da puta”. Ele estava com sua esposa e filha no carro. Quando Marcelo Arruda saiu da festa para ver o que acontecia, o assassino apontou o revólver, enquanto a mulher gritava, “para com isso, vamos embora”. Ele deixou o local em seguida, prometendo voltar aos gritos: “Eu vou voltar e matar todos vocês, seus desgraçados”
Ato contínuo, Marcelo foi até seu carro e pegou seu revólver funcional, afirmando a uma pessoa da festa, "vai que esse maluco volta mesmo, eu não vou ficar desprevenido”. A festa prosseguiu por mais 20 minutos até que o bolsonarista assassino voltou e invadiu o local de arma em punho. Marcelo identificou-se como guarda municipal, mostrando seu distintivo e já com sua arma nas mãos, mas de nada adiantou. Guaranho disparou duas vezes com sua pistola uma Taurus 24/7 calibre40
O primeiro tiro foi na perna de Marcelo Arruda, que caiu. Como numa execução, o policial penal federal aproximou-se e deu outro tiro. O líder do PT recebeu o tiro nas costas, conseguiu virar-se e deu cinco tiros no bolsonarista. Segundo um amigo de Marcelo, “com sua reação, ele conseguiu evitar uma chacina, foi um herói”.
O líder do PT morreu pouco depois e o assassino segue internado em uma UTI da cidade
Marcelo Arruda deixa esposa e quatro filhos, sendo uma menina de seis anos e um bebê de apenas 1 mês.