Enquanto Jair Bolsonaro (PL) e seus filhos tentam culpar "a esquerda" pela tragédia que resultou no assassinato do guarda municipal petista Marcelo Arruda pelo policial penal bolsonarista Jorge José Guaracho neste fim de semana em Foz do Iguaçu, no Paraná, apoiadores do presidente apelam para passagens bíblicas e propagam uma nova versão do crime, criada por um dos cabeças da milícia virtual que propaga discurso de ódio e fake news nas redes.
"Uma arma na mão de um macaco pode provocar uma tragédia; uma comida estragada, pode envenenar um organismo, um automóvel conduzido por um inabilitado, pode causar graves acidentes, um governo na mão de larápios pode destruir uma nação, a Ciência na mão de inescrupulosos pode ceifar milhões de vidas... Você dormindo é presa fácil para manipulação e pode acelerar sua própria escravização", diz uma publicação com um versículo bíblico divulgada nesta segunda-feira (11) no grupo Exército de Bolsonaro, que tem mais de 32 mil seguidores no Telegram.
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Uma outra publicação diz que "que está a acontecer agora é uma profecia bíblica. E deve ser cumprida".
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"Precisamos de pessoas fiéis e determinadas, não de pessoas mornas. Os tépidos, Deus julgará primeiro. Deus quer um povo empenhado, não desleal e traiçoeiro", diz a publicação sob o versículo bíblico que diz que "se o meu povo, que é chamado pelo meu nome, se humilhar, e orar, e procurar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos; então ouvirei do céu, e perdoarei o seu pecado, e curarei a sua terra".
Outra publicação que está ganhando força nos grupos bolsonaristas é a narrativa fake criada pelo bolsonarista Leandro Ruschel, que diz que "parece que o conflito foi iniciado antes do desfecho trágico, no estacionamento".
Ao divulgar as imagens externas, da primeira e da segunda ida do bolsonarista à festa, confundindo o que ocorreu - que o apoiador de Jair Bolsonaro voltou para assassinar Marcelo Arruda -, Ruschel diz que "imagens mostram situação diferente daquela relatada, inicialmente".
"O policial federal aparece em frente ao local do evento. Ele teria xingado os petistas presentes e levou pedradas do dono da festa", diz o bolsonarista. "O sujeito que aparece correndo para dentro do local com uma arma na mão é o policial municipal que foi morto", emenda.
Versão do clã Bolsonaro
A versão propagada por Jair Bolsonaro também ganha força entre os apoiadores, que buscam equiparar o crime com o caso ocorrido em 2018, quando um empresário bolsonarista foi agredido ao fazer provocações em frente o Instituto Lula.
Na ocasião, Carlos Alberto Bettoni foi empurrado pelo ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho do PT, bateu a cabeça no parachoque de um caminhão e teve traumatismo craniano. Maninho do PT ficou preso por sete meses ao ser denunciado por tentativa de homicídio.
O caso tem sido propagado principalmente pelo filho 02 do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), coordenado da campanha virtual do pai, que tem divulgado vídeo em que Lula agradece a Maninho por ter contido o empresário.
Nas publicações, os bolsonaristas também tentam relativizar o crime, dizendo que "O interessante e que as reportagens só falam que morreu um petista e não informam que o mesmo jogou um copo de cerveja na cara do bolsonarista que provavelmente morreu de tanto apanhar dos petistas com chutes na cabeça aí parece que o petralha e um herói".
Veja publicações que circulam nos grupos bolsonaristas