ARMAS

Grande maioria da população não quer se armar, diferente do que prega Bolsonaro, diz Datafolha

Mais de 70% dos entrevistados discordam da frase "povo armado não será escravizado", proferida à exaustão pelo presidente, e não acreditam que política armamentista torna a sociedade mais segura

Bolsonaro prega armamento, mas população discorda.Créditos: Carolina Antunes/PR
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A retórica armamentista de Jair Bolsonaro (PL) não tem respaldo popular. Ao menos é o que aponta pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (31). O estudo mostra que a grande maioria da população (mais de 70%) não concorda com a tese de que armas trazem liberdade ou segurança. 

Segundo o levantamento, 72% dos entrevistados dizem não acreditar que a sociedade seria mais segura se as pessoas andassem armadas. 

A pesquisa revela, ainda, que 71% discorda de é preciso, como diz Bolsonaro, facilitar ainda mais o acesso às armas de fogo. Número parecido com aqueles que refutam a frase "povo armado não será escravizado", repetida à exaustão pelo presidente: 69%. Apenas 28% dos entrevistados disseram concordar com a tese do mandatário. 

A pesquisa Datafolha ouviu 2.556 pessoas em todo o país entre os dias 25 e 26 de maio. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. 

Discurso golpista

Desde que assumiu a presidência, Bolsonaro vem facilitando o acesso a armas de fogo através de decretos e políticas voltadas a CACs (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador).

Com a retórica armamentista o presidente encampa um discurso golpista, ameaçando não aceitar o resultado das eleições deste ano, caso saia derrotado, contando com que a população civil armada como seu salvaguarda

Recentemente, disse, por exemplo, que as eleições "não têm resultados limpos" e que quer "todos armados". “Somente os ditadores temem o povo armado. Eu quero que todo cidadão de bem possua sua arma de fogo para resistir, se for o caso, à tentação de um ditador de plantão”, disparou durante evento em Maringá (PR), no dia 11 de maio.