O governo Bolsonaro aprovou pelo menos R$ 336 mil em verbas públicas para uso na produção de um livro sobre a história das armas no Brasil, por meio da Lei da Rouanet. O financiamento é para a fabricante de armas Taurus, que está autorizada a captar até R$ 421 mil.
Segundo dados do portal da Rouanet, o livro "Armas & Defesa: A História das Armas no Brasil" terá tiragem de 3 mil exemplares e versão digital, cuja distribuição será gratuita. A obra vai abordar os marcos da história armamentista no Brasil, dos povos originários até o século XXI.
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Além das versões física e digital do livro, o projeto da Taurus afirma que serão realizadas cinco palestras presenciais, mas que também serão transmitidas online, sobre o conteúdo do livro.
O público-alvo do projeto deve ser composto por 50% de estudantes e professores de escolas públicas com mais de 18 anos. Além disso, o projeto faz questão de deixar claro que não será exigido o comprovante de vacinação contra a Covid ou qualquer outra medida sanitária que possa restringir o público.
Armamentistas que tiveram promessa da Lei Rouanet vão bancar campanha de Mario Frias
Se nas redes, o ex-secretário especial de Cultura, Mario Frias (PL), é um "crítico" à Lei Rouanet, onde repete o discurso bolsonarista de que "acabou com a mamata dos artistas", nos bastidores o ator se utiliza da lei para obter apoio político à sua pré-candidatura à Câmara.
O apoio formal do movimento armamentista à candidatura de Frias e do seu então número dois na pasta, o PM André Porciúncula (PL), foi dado no mesmo evento em que o ex-secretário ofereceu verbas oriundas da Lei Rouanet para produzam obras audiovisuais e eventos que promovam o uso da arma de fogo.
A promessa foi realizada durante o Congresso Nacional Pró-Armas, que ocorreu no dia 28 de março e foi organizado pelo Movimento Pró-Armas em Brasília.
Três dias após o encontro, Frias e Porciúncula renunciaram aos respectivos cargos para disputar a eleição deste ano pelo PL, partido do presidente Bolsonaro.
Ex-secretário de Mario Frias prometeu R$ 1,2 bi da Rouanet em conteúdos pró-armas de fogo
O então secretário nacional de Incentivo e Fomento à Cultura, André Porciuncula, afirmou durante a Convenção Nacional Pró-armas, realizada no dia 28 de março deste ano, que “pela primeira vez, vamos colocar dinheiro da Rouanet em eventos de arma de fogo”.
Segundo Porciuncula, o governo tem R$ 1,2 bilhão para dois “megaeventos”, dinheiro que pode ser usado, segundo ele, por criadores de conteúdos pró-armas.
De acordo com reportagem de Alice Maciel e Bruno Fonseca na Publica, a Secretaria de Cultura anunciou um edital de R$ 30 milhões para produções audiovisuais sobre o bicentenário. Segundo o texto, podem ser documentários, filmes de ficção ou animações de curta e longa metragem que tenham o tema da independência.
A Agência Pública questionou a pasta sobre o financiamento de R$ 1,2 bilhão anunciado por Porciuncula, mas não obteve resposta.
Com informações da Folha de S. Paulo