O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, disse nesta quinta-feira (12) que quem trata das eleições são as "forças desarmadas".
"A Justiça Eleitoral está aberta a ouvir, mas jamais está aberta a se dobrar a quem quer que seja tomar as rédeas do processo eleitoral", disse Fachin à imprensa durante evento no tribunal para testes do sistema eleitoral.
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O ministro afirmou que o trabalho das Forças Armadas para logística e administração das eleições é "proveitoso", mas que o processo eleitoral é um tema civil.
"Além disso, a contribuição (das Forças Armadas) que se pode fazer é de acompanhamento do processo eleitoral. Quem trata de eleição são forças desarmadas", disse.
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Fachin ainda passou uma indireta a Bolsonaro. "As eleições dizem respeito à população civil que de maneira livre e consciente escolhe seus representantes", disse.
Desde que o TSE criou uma comissão de transparência das eleições no final do ano passado, os militares têm insistido em diversas propostas de mudanças no processo eleitoral, espelhadas nas ideias de Bolsonaro. O TSE já negou as sugestões das Forças Armadas.
Bolsonaro quer que "computador das Forças Armadas" conte os votos da eleição
Na missão de tentar tumultuar e desestabilizar as eleições deste ano, que ocorrerão em outubro, o presidente autoritário de extrema direita teve a ideia de sugerir que a contagem dos votos seja feita pelas Forças Armadas.
A bizarra e absurda “solução” encontrada pelo chefe de Estado radical para um problema que só ele vê, uma suposta fraude no pleito, foi lançada durante uma cerimônia oficial realizada dentro do Palácio do Planalto, patrocinada pelas bancadas da bala e da bíblia, na qual Bolsonaro enalteceu o deputado ultrarreacionário condenado Daniel Silveira (PTB) e fez ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal Eleitoral (TSE).
"Quando encerra eleições e os dados chegam pela internet, tem um cabo que alimenta a “sala secreta do TSE”. Dá para acreditar nisso? Sala secreta, onde meia dúzia de técnicos diz “quem ganhou foi esse”. Uma sugestão é que neste mesmo duto seja feita uma ramificação, um pouco à direita, porque temos um computador também das Forças Armadas para contar os votos", sugeriu o governante, sem se dar conta de que as Forças Armadas não têm qualquer função eleitoral.