TRANSBORDANDO AUTORITARISMO

Bolsonaro quer que "computador das Forças Armadas" conte os votos da eleição

Radicalizando ao extremo, presidente disse que não vai ser "meia dúzia de técnicos do TSE que definirá vencedor". Ele propõe que dados sejam enviadas ao aparelho dos militares para serem apurados

Militar brasileiro operando computador aparentemente obsoleto.Créditos: Ministério da Defesa/Reprodução
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As quimeras e insanidades de Jair Bolsonaro parecem não encontrar limites. Na missão de tentar tumultuar e desestabilizar as eleições deste ano, que ocorrerão em outubro, o presidente autoritário de extrema direita tem agora uma nova ideia que, certamente, tentará enfiar goela abaixo das instituições da República: dar a contagem dos votos para as Forças Armadas.

A bizarra e absurda “solução” encontrada pelo chefe de Estado radical para um problema que só ele vê, uma suposta fraude no pleito, foi lançada nesta quarta-feira (27) durante uma cerimônia oficial realizada dentro do Palácio do Planalto, patrocinada pelas bancadas da bala e da bíblia, na qual Bolsonaro enalteceu o deputado ultrarreacionário condenado Daniel Silveira (PTB) e fez ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal Eleitoral (TSE).

"Quando encerra eleições e os dados chegam pela internet, tem um cabo que alimenta a “sala secreta do TSE”. Dá para acreditar nisso? Sala secreta, onde meia dúzia de técnicos diz “quem ganhou foi esse”. Uma sugestão é que neste mesmo duto seja feita uma ramificação, um pouco à direita, porque temos um computador também das Forças Armadas para contar os votos", sugeriu o tresloucado governante, sem se dar conta de que as Forças Armadas não têm qualquer função eleitoral.

Se não bastassem as pretensões claramente ditatoriais, Bolsonaro aproveitou ainda para fazer insinuações e ameaças, em tom de gracejo, contra o Estado Democrático de Direito e os poderes da República.

"Eles (TSE) convidaram as Forças Armadas a participarem do processo eleitoral. Será que esqueceram que o chefe supremo das Forças Armadas se chama Bolsonaro?", debochou, em caráter intimidatório, o político de cariz fascista.