CASSAÇÃO

VÍDEO: Deputado acusa Mamãe Falei de expor fotos de mulheres com quem teve relações sexuais

Arthur do Val, segundo Gil Diniz, teria dito que resolveu se tornar deputado para "pegar menininha"

Arthur do Val e Gil Diniz.Créditos: Divulgação/Alesp
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Durante a sessão do Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), nesta terça-feira (12), que aprovou a cassação do mandato do deputado Arthur do Val (União Brasil), o também deputado Gil Diniz (PL), conhecido como "Carteiro Reaça", acusou o colega de expor fotos de mulheres com quem se relacionou em grupo de WhatsApp

Do Val, que é conhecido como "Mamãe Falei", está sendo julgado em razão dos áudios misóginos sobre refugiadas da guerra na Ucrânia. O pedido de cassação ainda terá que ser apreciado no plenário da Alesp.

Segundo Diniz, que é bolsonarista, Mamãe Falei teria dito a ele que resolveu ser deputado "para pegar menininha". "Por que você não fala publicamente aquilo que você é? 'Eu quero ser deputado para pegar menininha'. Você já falou isso para mim, seu moleque! Não é a primeira vez. Ontem eu tive acesso a um grupo de WhatsApp onde esse cidadão manda fotos de mulheres que ele teve relação sexual. Ele tira foto e manda no grupo", disparou. 

Assista 

Cassação de Mamãe Falei 

O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou por unanimidade a cassação do mandado do deputado estadual Arthur do Val (União Brasil), o Mamãe Falei, em razão dos áudios misóginos sobre refugiadas da guerra na Ucrânia. O pedido de cassação ainda terá que ser apreciado no plenário da Alesp.

O relator do caso, deputado Delegado Olim (PP), acolheu as denúncias apresentadas contra Mamãe Falei e pediu a cassação do mandato do deputado estadual, conforme já havia antecipado.

As deputadas Erica Malunguinho (PSOL) e Marina Helou (Rede) fizeram falas duras contra Arthur do Val no conselho.

Malunguinho destacou que as declarações misóginas contra refugiadas representam algo maior. "Eu estou falando de uma história de violência, de uma estrutura e de uma lógica de poder que fazem com que as mulheres estejam sujeitadas ao poder do homem. Nisso, uma fala banal gera estupro, gera feminicídio. Isso que é 'papo de homem' demonstra exercício de poder e é necessário que a gente corte o mal pela raiz", declarou a parlamentar.

"É fundamental sermos firmes e céleres nesse processo. Não podemos protelar, precisamos dar uma resposta para a sociedade”, cobrou Helou.

O deputado estadual Barros Munhoz (PSDB) ainda denunciou que apoiadores de Arthur do Val, que é integrante do MBL, estariam ameaçando a ele e a seus familiares em razão da votação.

Enio Tatto (PT) fez questão que o conselho reproduzisse os áudios misóginos para relembrar aos parlamentares as declarações de Arthur do Val sobre as mulheres refugiadas.

Integram o Conselho de Ética os seguintes parlamentares: Enio Tatto (PT), Adalberto Freitas (PSDB), Barros Munhoz (PSDB), Maria Lúcia Amary (PSDB), Wellington Moura (REP), Delegado Olim (PP), Erica Malunguinho (PSOL), Campos Machado (Avante) e Marina Helou (Rede).

Deputadas e deputados que não integram a comissão também fizeram duras críticas ao parlamentar, o que sinaliza que a cassação deve ser também aprovada no plenário da casa.

Em seus 5 minutos de fala, Arthur do Val atacou a todos os deputados da comissão e se vitimizou, dizendo que sofreu com o processo. "Não tenho duvidas que vai ser 10x0 porque todos aqui me odeiam", declarou. Mamãe Falei disse que os deputados eram "escravos" do ex-presidente Lula (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL) e que, por isso, estava sendo cassado.