Com a explosão do preço do barril de petróleo no mercado internacional, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) afirma que há risco de desabastecimento em razão da queda na importação do óleo bruto.
“É difícil quantificar esse risco, pois não temos acesso aos dados de estoques, mas o risco [de faltar suprimento] existe, pois as refinarias não conseguem atender todo o consumo”, disse ao Valor Econômico o presidente da Abicom, Sérgio Araújo.
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Segundo a Agência Nacional do Petróleo, as importações de gasolina feitas pela Petrobras e pela iniciativa privada caíram 99% em janeiro, ante igual mês no ano passado, para 19 mil barris/mês.
Os importadores pressionam o governo por novo aumento da gasolina e do diesel.
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Depois que o preço do barril de petróleo passou de cerca de US$ 80 para mais de US$ 130 devido à guerra na Ucrânia, os importadores dizem que a defasagem ultrapassa R$ 1,20 no preço do diesel e R$ 1,10 no preç da gasolina.
Por outro lado, pensando no impacto eleitoral, Jair Bolsonaro (PL) busca segurar o valor dos combustíveis, interferindo na política de paridade de preços internacional (PPI) da Petrobras, que segue o mercado mundial.
Nesta terça-feira (8), Bolsonaro deve se reunir com o presidente da Petrobras, general Siva e Luna, para aumentar a pressão na estatal.
Nesta segunda, pela primeira vez, Bolsonaro admitiu que o preço da gasolina e do diesel é puxado pela dolarização adotada pela Petrobras durante o governo golpista de Michel Temer (MDB) e mantida por ele.
"Tem uma legislação errada feita lá atrás que você tem a paridade com o preço internacional, ou seja, o que é tirado do petróleo, leva-se em conta o preço fora do Brasil, isso não pode continuar acontecendo. Estamos vendo isso aí sem mexer, sem sobressalto no mercado, e está sendo tratado hoje à tarde em mais uma reunião", disse.
A declaração de Bolsonaro derrubou as ações da Petrobras, que estão em alta desde o início da guerra, atraindo principalmente investimentos da Rússia.