AÇÕES EM QUEDA

Bolsonaro critica política de preços da Petrobras após negar relação com alta de combustíveis

Depois de passar três anos atribuindo a alta do preço dos combustíveis aos impostos estaduais, como o ICMS, admitiu a dolarização dos combustíveis feita por Temer e mantida por ele.

Jair Bolsonaro, Silva e Luna e Flávio Bolsonaro na Gaslub, da Petrobras, no Rio.Créditos: Alan Santos/PR
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Depois de três anos atribuindo a alta dos combustíveis a impostos estaduais - como o ICMS -, Jair Bolsonaro (PL) admitiu que o preço da gasolina e do diesel é puxado pela política de Paridade de Preço Internacional (PPI) adotada pela Petrobras durante o governo golpista de Michel Temer (MDB) e mantida por ele.

Nesta segunda-feira (7), Bolsonaro sinalizou que vai interferir na política de preços para evitar que os combustíveis acompanhem a alta do preço do barril do petróleo, que já ultrapassa os US$ 130 dólares.

"Tem uma legislação errada feita lá atrás que você tem a paridade com o preço internacional, ou seja, o que é tirado do petróleo, leva-se em conta o preço fora do Brasil, isso não pode continuar acontecendo. Estamos vendo isso aí sem mexer, sem sobressalto no mercado, e está sendo tratado hoje à tarde em mais uma reunião", disse.

A declaração de Bolsonaro derrubou as ações da Petrobras, que estão em alta desde o início da guerra, atraindo principalmente investimentos da Rússia. 

Às 11h52, as ações preferenciais da companhia (que não dão direito a voto, mas têm preferência no recebimento de dividendos) cediam 1,23%, a R$ 33,81. Os papéis ordinários (com direito a voto) recuavam 2,25%, a R$ 36,15.

Aumento de 50%

Na entrevista a uma rádio de Roraima, Bolsonaro afirmou ainda que se for seguir a política da Petrobras, o preço da gasolina e do diesel subirá em torno de 50%.

“Já estamos tomando medida porque é algo anormal, o barril de petróleo saiu da casa dos US$ 80 para US$ 120. “Vamos buscar uma alternativa porque, se você for repassar isso tudo para o preço dos combustíveis, você tem que dar um aumento em torno de 50% nos combustíveis, não é admissível você fazer", afirmou.

Segundo a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem na última semana - quando o barril do petróleo Brent estava cotado a U$ 118 - a defasagem já chegava a R$ 1,10 no preço da gasolina e R$ 1,20 no preço do diesel.