Homem, branco, católico, ex-governador e com origem política no PSDB no interior de São Paulo. O perfil de Geraldo Alckmin, que se filiou ao PSB nesta quarta-feira (24), não é, nem de longe, alvo de cancelamentos e ataques violentos nas redes sociais.
A DataFórum, plataforma de análise de dados da Revista Fórum, monitorou 22,8 mil mensagens públicas do Twitter com menções a Alckmin, dentre elas, 57% são contrárias ao ex-governador, partindo dos grupos bolsonaristas, lavajatistas, ciristas e ultradireitistas, e 33% são comentários de progressistas. Há ainda 10% de menções de publicações dispersas que não se encaixam em nenhum grupo.
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O levantamento mostra que Alckmin foi poupado de ataques violentos, como geralmente são dirigidos a Lula (PT), migrante nordestino, sindicalista e fundador do PT, que deve encabeçar a chapa com o ex-governador paulista na disputa ao Planalto.
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Legenda:
Bolsonarismo (azul) - 40%
Progressismo (laranja) - 33%
Lavajatismo (lilás) - 7%
Brasil Paralelo (verde) - 6%
Cirismo (vinho) - 4%
Bolsonaristas (azul)
O grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, representado pela cor azul na imagem, foi responsável por 40% das mensagens. A maioria delas criticou a ida de Alckmin ao PSB, um partido que carrega “socialista” no nome. No entanto, mesmo comentários que tiveram grande repercussão na rede, como o do bilionário e ex-secretário de privatizações do atual governo, Salim Mattar, aliviam para o político paulista.
"Geraldo Alckmin, que no passado fez duras críticas ao ex-presidiário Lula, em evento de filiação ao PSB disse que ele ‘reflete a esperança’. Esperança de quê? De mais corrupção e invasões de terras? Esse tipo de discurso e política populista decepciona os eleitores brasileiros", tuitou Mattar.
Coube ao vice-presidente, o general Hamilton Mourão, pré-candidato do Republicanos ao Senado no Rio Grande do Sul, o ataque mais enfático, que não foi publicado por ele, mas repercutiu na rede: "Um chamava o outro de ladrão e agora vão ficar abraçado".
Progressistas (laranja)
O segundo grupo com maior volume de postagens (33%) é liderado pelos apoiadores do ex-presidente Lula, mas agregou também outros perfis que não são lulistas. Houve intenso compartilhamento de publicações da mídia sobre a filiação de Alckmin, principalmente repercutindo os elogios ao petista. “Ele [Lula] é, hoje, aquele que melhor reflete o sentimento de esperança do povo brasileiro”, disse o ex-governador paulista.
Entre as publicações de políticos, o destaque é de Marcelo Freixo, deputado e candidato ao governo do Rio, que recentemente trocou o PSOL pelo PSB.
"Estive hoje no ato de filiação de Geraldo Alckmin ao PSB. Vivemos o momento mais delicado desde a redemocratização, o que exige de todos nós responsabilidade e diálogo para formarmos uma ampla aliança para eleger Lula e reconstruirmos o Brasil e o nosso RJ. Venceremos", escreveu Freixo.
Lavajatistas (lilás)
Entre lavajatistas, que representam 7% das mensagens, os ataques vieram, principalmente do Movimento Brasil Livre (MBL), que defende a candidatura de Sergio Moro (Podemos) à presidência.
Brasil Paralelo (verde)
Perfis ultradireitistas, com ênfase para o canal Brasil Paralelo, foram responsáveis por 6% das menções. As publicações condenaram a possível aliança de Lula com Alckmin e fizeram críticas à nova postura do ex-governador em relação ao ex-presidente.
Ciristas (vinho)
Os apoiadores do pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) representaram 4% das menções e marcaram posição contrária à chapa Lula-Alckmin. As publicações mencionam aliança do PT com o MDB, que alçou o golpista Michel Temer (MDB) a vice de Dilma Rousseff (PT), e as disputas passadas do petismo com o tucanato. Na rede, Ciro classificou a aliança entre Lula e Alckmin como "Virado à paulista".
Veja nuvens de palavras relacionadas aos campos analisados.
- Bolsonaristas
- Progressistas
- Lavajatistas
- Brasil Paralelo
- Ciristas