O ex-governador paulista Geraldo Alckmin, que se filiou oficialmente ao PSB nesta quarta-feira (23) e que provavelmente será indicado como vice na chapa de Lula (PT) na eleição presidencial deste ano, foi confrontado por repórteres sobre seu apoio ao golpe parlamentar que derrubou Dilma Rousseff em 2016, chamado pelo eufemismo de “impeachment”.
“A presidente Dilma é uma pessoa honrada, séria, como eu sempre disse. Agora, foi um conjunto de fatores que acabaram levando ao impeachment. Não pode ser banalizado, mandato popular precisa ser respeitado”, respondeu Alckmin, sorridente.
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Ainda que tenha sido um dos últimos a embarcar na trapaça desencadeada pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, deixando sua participação na conspiração para março de 2016, momentos antes do afastamento sem crime de Dilma, grande parte do eleitorado progressista não esqueceu o papel do então governador do estado mais rico e populoso do Brasil determinando o fechamento da Av. Paulista para que manifestantes alienados e de extrema direita batessem bumbo pela derrubada da chefe de Estado eleita democraticamente.
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Cerimônia de filiação
O clima não poderia ter sido melhor entre o PT e Geraldo Alckmin após o evento de filiação do ex-governador de São Paulo ao PSB, nesta quarta-feira (23), em Brasília.
Em seu discurso, Alckmin não poupou elogios a Lula, com quem deve compor chapa como candidato a vice-presidente. Segundo o ex-governador, “Lula é o que melhor reflete, interpreta o sentimento de esperança do povo brasileiro. Aliás, ele representa a própria democracia".
Ao longo de sua fala, o ex-tucano ressaltou que, nos embates políticos que teve com Lula no passado, a questão democrática "nunca foi colocada em risco", e que é preciso "grandeza política, espírito público e união" para enfrentar o atual momento político.
"Não tenho dúvida de que o presidente Lula, se Deus quiser eleito, vai reinserir o Brasil no cenário mundial, vai alargar o horizonte do desenvolvimento econômico e vai diminuir essa triste diferença social que nós temos no país. O Brasil precisa ser bom não só para algum, mas bom para todos", disse Alckmin, sob aplausos.