O senador Humberto Costa (PT-PE), em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta quarta-feira (23), lamentou as posições recentes da deputada federal Marília Arraes (PT-PE) e afirmou que parte da crítica dela é injusta com o Partido dos Trabalhadores, pois, segundo Costa, a recebeu com “tapete vermelho”.
“No PT, ela [Marilia Arraes] foi recebida com tapete vermelho. Ela, quando saiu do PSB, saiu em um momento de extrema dificuldade. Teve apoio substantivo dentro do PT, tanto que ela foi a vereadora mais votada naquela eleição [2016]. Dois anos depois ela queria ser candidata ao governo, mas o PT nacional, para reforçar a candidatura de Haddad [2018] e também para preservar o mandato do Senado que o PT tinha e, eu acho que todos os petistas reconhecem que é um mandato importante para o nosso partido, para a esquerda, optou por apoiar o governador Paulo Câmara naquele momento”, disse Costa.
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Posteriormente, o senador explica que ela recebeu apoio majoritário à sua candidatura à Câmara dos Deputados. “No entanto, ela foi candidata e o tratamento que ela recebeu para ser candidata a deputada federal foi o tratamento igual ao que deputados federais já eleitos e exercendo os seus mandatos no PT receberam. Ela era vereadora, mas o apoio que ela recebeu foi igual ao apoio que foi dado ao Paulo Teixeira (SP), Maria do Rosário (RS) e tantos outros”, comenta.
Além disso, o senador pelo estado de Pernambuco, lembra que, em 2020 ela recebeu apoio do PT para ser candidata à prefeitura do Recife. “Dois anos depois, por uma decisão nacional, ela foi candidata à prefeita do Recife. O presidente Lula, eu duvido, que tenha dado apoio a alguém naquela eleição mais do que deu a Marília Arraes. Em seis anos ela já tinha sido deputada federal, vereadora mais votada e já tinha sido candidata do nosso partido à prefeitura do Recife. O PT pode ter tido todo o tipo de erro, mas uma coisa que ele é, é um partido democrático e não discrimina as pessoas”, destacou Humberto Costa.
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O senador também afirmou que as pessoas não podem usar pesquisas de intenção de votos para impor o seu projeto. “No PT não é assim, eu chego com uma pesquisa e digo 'olha, vocês têm que apoiar e se não me apoiarem, eu saio'. A coisa não é assim. Há pessoas que são muito importantes para a luta do povo, mas elas têm as suas características. Marília é uma pessoa muito importante para luta do povo: ela é carismática, ela é competente, é lutadora, ela é muito inteligente. Tem pessoas que tem um perfil assim, mas não tem o perfil de trabalhar no coletivo. Eu tinha na pesquisa para disputar o governo do estado 38%. Ontem (22/3) saiu uma pesquisa aqui que o candidato que o PSB lançou está com 5%. Mas, o presidente Lula, como foi ele que me lançou, 'Humberto, eu preciso que o PSB esteja comigo' e a filiação do Alckmin mostra que Lula está certo".
Costa afirma que não usou o fato de não poder manter a sua candidatura ao governo do estado de Pernambuco para criticar o PT. "Eu não saí por aí criticando e dizendo que ia sair do PT e não saí por aí acusando ninguém. Eu posso não ter as mesmas qualidades políticas, o mesmo carisma, a mesma competência da deputada Marília Arraes, mas eu sou parte de um projeto coletivo. O meu projeto individual, por mais importante que ele seja, ele não é maior do que o projeto coletivo. Existe hoje coisa mais importante do que derrotar Bolsonaro e a extrema direita? Governo de Pernambuco, Senado de Pernambuco não vale nada comparado com uma coisa como essa (derrotar Bolsonaro)”, criticou.
Confira abaixo entrevista na íntegra: