Michel Temer (MDB), que atuou como uma espécie de consultor de Jair Bolsonaro durante as paralisações de caminhoneiros em 2021 e crise do presidente com o Supremo Tribunal Federal (STF), está calado sobre o novo aumento nos preços dos combustíveis.
Nesta quinta-feira (10), a Petrobras anunciou aumento de 18,8% na gasolina e 24,9% no diesel. O reajuste passa a valer a partir desta sexta-feira (11). O preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. Para o diesel, o preço médio vai de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro.
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O silêncio de Temer sobre a nova disparada dos combustíveis é gritante pois foi ele o responsável, em 2016, por instituir a Política de Paridade de Preço Internacional (PPI) ao barril do petróleo, medida que é apontada por especialistas como a principal responsável pelo aumento dos preços.
O PPI se baseia na cotação do petróleo no mercado internacional, na variação do dólar e nos custos de importação de derivados, sem considerar custos nacionais de produção, mesmo o Brasil sendo autossuficiente na produção do combustível fóssil.
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O ex-vice, que assumiu a presidência após o golpe contra Dilma Rousseff (PT), porém, está alheio à atual situação e vem ocupando seu tempo em dar aulas de língua portuguesa nas redes sociais. Nesta quinta-feira (10), dia do novo aumento nos preços da gasolina e diesel, Temer fez uma postagem em seu Instagram explicando o uso da crase.
Preço de combustíveis subiu cinco vezes mais que inflação no governo Bolsonaro, diz Dieese
O preço dos combustíveis explodiu no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), empurrado pela desastrosa política de Preço de Paridade de Importação (PPI) da Petrobras - adotada desde o governo Michel Temer (MDB). Diante da inércia do governo, coube ao Congresso, através de parlamentares de oposição, se mobilizar pra derrubar a PPI e criar o programa de amortização do preço dos combustíveis relatado por Jean Paul.
Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), desde janeiro de 2019, início da gestão Bolsonaro, a gasolina teve um reajuste de 116% na refinaria. Isso representa cinco vezes a inflação, de 20,6% no período. No gás de cozinha, a alta foi de 100,1%, e no diesel, de 95,5%, de acordo com dados da Petrobras.
Os aumentos nas refinarias repercutem no bolso do consumidor. Segundo o Dieese, desde janeiro de 2019, o preço da gasolina subiu 52,8% nos postos de revenda, o diesel, 63,6%, e o GLP, 47,8%, muito acima também do reajuste do salário mínimo, de 21,4% no período. O levantamento foi feito com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural