Desmoralizado e ignorado pela Petrobras, que anunciou novo reajuste de combustíveis nesta quinta-feira (10), Jair Bolsonaro (PL) até engasgou quando questionado por apoiadores se a gasolina iria aumentar, horas antes da divulgação dos novos preços.
Depois de ficar visivelmente incomodado com a pergunta do apoiador, no cercadinho do Palácio da Alvorada, Bolsonaro tentou fugir de sua responsabilidade pelos constantes reajustes promovidos pela Petrobras e, também, pela política de paridade internacional de preços, que dolarizou os combustíveis.
“Eu não defino preço da Petrobras. Quando tem problemas, cai no meu colo. Vai ter problema de combustível no Brasil, não vai demorar”, se limitou a dizer.
Bolsonaro perde a batalha eleitoreira
Após admitir, durante a semana, que a alta dos combustíveis está atrelada à política de paridade de preço internacional (PPI) do petróleo, aceita por ele desde o início do seu mandato, Bolsonaro perdeu a batalha eleitoreira para tentar segurar os preços. O presidente havia dito que os reajustes não poderiam continuar. A Petrobras ignorou e anunciou aumento de 18,8% na gasolina e 25% no diesel.
O reajuste passa a valer a partir desta sexta-feira (11). O preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. Para o diesel, o preço médio vai de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro.
Gás de cozinha também sofreu novo reajuste
O valor do GLP (gás liquefeito de petróleo), o chamado gás de cozinha, também sobe. O preço médio de venda do insumo passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg, refletindo reajuste médio de R$ 0,62 por kg.
“Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento”, disse a empresa em nota.
A Petrobras justifica a alta justamente por causa da política de dolarização adotada no governo Michel Temer (MDB) e mantida por Bolsonaro.
“A redução na oferta global de produto, ocasionada pela restrição de acesso a derivados da Rússia, regularmente exportados para países do ocidente, faz com que seja necessária uma condição de equilíbrio econômico para que os agentes importadores tomem ação imediata, e obtenham sucesso na importação de produtos de forma a complementar o suprimento de combustíveis para o Brasil", diz na nota.