SIMBÓLICO

Anielle Franco assumirá pasta da Igualdade Racial: "em nome da memória de minha irmã"

Em emocionante e consistente relato, irmã de Marielle elenca motivos que a levaram a aceitar encarar o desafio

Créditos: Bléia Campos/Divulgação
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"Educadora, jornalista, escritora, feminista preta, mãe de meninas, doutoranda, diretora do Instituto Marielle Franco".  Assim a futura ministra da pasta da Igualdade Racial, Anielle Franco, descreve a si mesma em suas redes sociais. Irmã de Marielle Franco, cria da Maré e diretora executiva do instituto que leva o nome da vereadora assassinada em 2018, nesta quinta (22) seu nome foi anunciado em Brasília (DF), junto ao de outros 15 futuros ministros pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com 38 anos, a ativista havia participado do grupo técnico de Mulheres na transição, tendo sido cotada para aquela pasta

Em sua conta no Twitter, ao final da manhã, Anielle fez um relato comovente sobre o simbolismo da indicação e repleto de pautas que pretende priorizar na gestão. "Recebi o convite do presidente Lula para ser Ministra da pasta de Igualdade Racial. Depois de refletir com minha família, companheiras de caminhada e movimentos, aceitei o desafio", começa a ativista. 

Políticas públicas

Além da memória de sua irmã, a futura ministra pauta a importância de políticas públicas voltadas à população negra no país. "Em nome da memória da minha irmã e das mais de 115 milhões de pessoas negras no Brasil, que são maioria da população e que precisam de um governo que se preocupe com os seus direitos de bem viver, de oportunidades, com segurança, comida, educação, emprego, cultura, dignidade. Encaro com orgulho e responsabilidade a missão de estar na Seppir em 2023, órgão que foi pleiteado e conquistado pelo movimento negro anos atrás e construído pela gestão do presidente Lula. O movimento negro brasileiro há séculos vem pautando reivindicações e as principais políticas públicas de reparação e justiça neste país", escreveu.

À frente do Instituto Marielle Franco, lançado em 2019, Anielle afirma que estreitou sua relação com o movimento negro nos últimos cinco anos e avalia que "é por meio da troca, diálogo, abertura e participação que vamos avançar na busca por igualdade e dignidade para pessoas negras, todas as etnias, nações e povos que habitam o nosso país".

Retrocesso e avanço

A futura ministra declarou ainda que "não será um ministério isolado", completando que trabalhará com as outras pastas "para recuperar o retrocesso que foi feito nos últimos anos e para avançar de uma forma urgente, necessária e inédita na garantia de direitos e dignidades para o nosso povo e construir o Brasil do futuro". Ela ainda falou sobre o instituto, informando que deixará o cargo de diretora executiva, mas afirmando que a instituição continuará desenvolvendo o trabalho hoje realizado.

"Precisamos de mais de nós em todos os espaços de decisão da sociedade e seguiremos por todos os lados inspirando, conectando e potencializando mulheres negras, pessoas LGBTQIAP+ e periféricas a seguirem movendo as estruturas", finalizou Anielle Franco.

Confira a íntegra da postagem, dividida em 8 mensagens:

Imagem: Reprodução / Twitter