O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o derrotado Jair Bolsonaro (PL) tiveram uma drástica mudança em suas posições no Índice de Popularidade Digital (IPD). O indicador, que vai de 0 a 100, é calculado diariamente pela empresa de pesquisa e consultoria Quaest e publicado pela Folha desde junho.
Lula marcou 89,1 no dia do segundo turno da eleição, em 30 de outubro. O auge (96,1) do presidente eleito ocorreu em 16 de novembro, data em que ele falou na Conferência do Clima da ONU, com um discurso que repercutiu positivamente na comunidade internacional
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As curvas são amplamente favoráveis a Lula que, na sua medição mais recente, feita na última segunda-feira (28), atingiu 84,8, enquanto Bolsonaro, que despenca nos meios digitais, marcou 51,6.
Alckmin
De acordo com a Quaest, o anúncio do vice Geraldo Alckmin (PSB) como coordenador da equipe de transição do governo, no dia 1º de novembro, também provocou oscilação positiva.
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Bolsonaro possuía 72,8 pontos no dia do segundo turno, mas amargou nos últimos dias sua pior sequência, com IPD na casa dos 40 pontos. Seu melhor resultado recente tinha sido durante a campanha, com a marca de 88,1 registrada em 7 de outubro.
Nesse mesmo dia, Lula obteve 83,7.
O diretor da Quaest e professor de métodos quantitativos da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Felipe Nunes, o início da transição para o governo Lula e o sumiço de Bolsonaro foram decisivos para a variação dos índices no último mês.
A derrocada de Bolsonaro na internet é explicada principalmente pelo gesto de não aceitar a derrota e se fechar no palácio, diz Felipe.
"O bolsonarismo digital se desmobilizou com a ausência de posicionamento claro de seu líder", afirma Nunes, observando que a mobilização e o engajamento, dois quesitos que compõem o IPD, caíram significativamente em torno do ainda presidente.
Movimento contrário
Já com relação a Lula, o movimento foi contrário, e não só por ter sido o lado vencedor.
"Ele conseguiu engajar seu público com as notícias sobre a transição, gerando expectativa sobre como será o novo governo. Cada nome anunciado ajudava a aumentar a mobilização digital, empolgada com a volta do petista ao poder e com a formação de uma frente ampla no governo”, afirma Felipe.
Com informações da Folha