O Partido Progressista e o Republicanos, agremiações que compuseram a coligação que apoiou o presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua derrotada campanha à reeleição, negam qualquer relação com os movimentos recentes realizados pelo Partido Liberal (PL) de questionamento do resultado das eleições presidenciais. As duas legendas preparam recurso ao bloqueio de seus fundos partidários determinado nesta quarta (23) pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
O presidente do TSE rejeitou petição protocolada pelo PL, partido de Jair Bolsonaro, solicitando que quase 60% dos votos do segundo turno das eleições fossem anulados - o que favoreceria o ainda mandatário -, e ainda aplicou multa de R$ 22,9 milhões à legenda por litigância de má-fé. O ministro também determinou a suspensão do fundo partidário das legendas que compuseram a coligação de Bolsonaro, o que força os partidos a se pronunciarem sobre o questionamento.
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Intento golpista
Além disso, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, será alvo de investigações no inquérito das milícias digitais, do Supremo Tribunal Federal (STF), por entender que houve "finalidade de tumultuar o próprio regime democrático brasileiro" na petição apresentada pelo partido que ele preside. Este inquérito, aberto em julho, apura atuação de organização criminosa que teria entre suas finalidades atentar contra a democracia e o Estado de Direito.
A ação golpista patrocinada por Valdemar Costa Neto isolou ainda mais seu partido. PP e Republicanos afirmam reconhecer o resultado da eleição e negam participação na ação do partido de Bolsonaro.
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Possível reação
Ao mesmo tempo em que se distanciam do PL, dirigentes do PP e do Republicanos criticam também a decisão do presidente do TSE, alegando que a multa imposta pode surtir o efeito de inflamar bolsonaristas, que podem desenvolver novas ações de questionamento do resultado das eleições presidenciais.
Os dois partidos debatem ainda qual será a forma do recurso à determinação do ministro, sendo uma das possibilidades levar representação ao TSE solicitando que a coligação não seja considerada como uma unidade na ação apresentada pelo PL, uma vez que o partido entrou de forma unilateral com a petição que questionava o resultado das urnas.