ELEIÇÕES 2022

“Nós não temos tempo para ter medo”, diz Boulos no Fórum Onze e Meia

Deputado federal mais votado do estado de São Paulo afirma que o momento não é para fazer “análises”, mas sim “botar o bloco na rua e virar votos”

“Nós não temos tempo para ter medo”, diz Boulos no Fórum Onze e Meia.Créditos: Leandro Paiva
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Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta quarta-feira (5), Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal eleito mais votado de São Paulo com mais de 1 milhão de votos, fez uma análise sobre os resultados eleitorais no Brasil e no estado de São Paulo. 

Para Boulos, a votação no estado de São Paulo revela que houve uma ação de voto útil em Bolsonaro e em Tarcísio Freitas (Republicanos) que disputa o governo de São Paulo.  “A Votação do Bolsonaro (PL) e do Tarcísio (Republicanos) em São Paulo significou visivelmente uma antecipação do voto útil de direita.  Aquele voto que era do Rodrigo (Garcia, candidato derrotado ao governo de São Paulo pelo PSDB), mas mais tendente para o bolsonarismo... quando eles viram que o Rodrigo estava fora do jogo, eles já migraram no primeiro turno para o Tarcísio e para o Bolsonaro”, analisa. 

Dessa maneira, tal movimentação em torno do voto em Rodrigo Garcia mostra que parte do eleitorado do tucano está em disputa e que, se bem trabalhado, podem migrar para Fernando Haddad (PT), que está no segundo turno com o candidato bolsonarista. 

“A outra parcela de votos de Rodrigo Garcia é disputável e tende a vir par ao lado de cá se nós fizermos o trabalho direitinho.  Nós não temos tempo, em uma eleição como essa, pra ficar lambendo ferida, pra ficar analisando as nossas frustrações, fazendo uma série de diagnósticos, que é pra onde uma parte da imprensa quer nos levar”, critica Boulos. 

Boulos, líder do MTST e que se tornou o deputado mais votado em São Paulo, cita o revolucionário Marighella para resumir a atual situação. “Como dizia Carlos Marighella: 'nós não temos tempo para ter medo'. Aliás, o medo não tem que estar do lado de cá, o medo tem que estar do lado de lá. O Lula teve 6 milhões de votos à frente. Veja, no primeiro turno de 2018, Bolsonaro teve 20 milhões de votos à frente do Haddad. Dessa vez o Lula teve 6 milhões a frente de Bolsonaro, que tem a máquina na mão, fazendo uma tentativa de compra de voto vergonhosa”, diz Boulos.  

Em seguida, Boulos avalia como devem ser os próximos dias. “Nós temos que entender que, nos próximos 25 dias nós temos um desafio: virar votos de eleitores do Ciro (PDT) e da Simone Tebet. Nós temos que convencer eleitores que se abstiveram no primeiro turno a irem votar no segundo turno e combater as fakes news com muita mobilização. Tudo o que o bolsonarismo quer é que a gente fique no clima de velório lambendo ferida... que tem medo são eles. Esse cara (Bolsonaro) vai perder a eleição e vai pra cadeia. Nós temos que botar o bloco na rua o quanto antes”, finaliza.   

Confira abaixo a íntegra da entrevista: