ANÁLISE

É preciso mudar o sistema de reajuste das aposentadorias – Por Milton Cavalo

O Sindnapi mantém sua luta por uma forma justa de correção dos valores das aposentadorias

Imagem Ilustrativa.Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Ao compararmos o número de aposentados que recebem o salário mínimo verificamos que mais de 200 mil pessoas, que recebiam acima do piso do INSS em 2024, passaram, este ano, a receber R$ 1.518,00.

Essa situação tem se repetido todos os anos. Em 2024, na comparação com 2023, mais de 300 mil beneficiários passaram a ganhar o mínimo depois de anos acima desse piso.

Não estamos aqui para criticar o reajuste do salário mínimo acima da inflação. O Sindnapi não apenas apoia a iniciativa como lutou por anos para que isso acontecesse. O que defendemos é a manutenção do poder aquisitivo dos aposentados, como está na Constituição Nacional.

Em primeiro lugar porque a inflação calculada pelo governo federal não representa a realidade de quem se aposenta. Ela se baseia em uma cesta de produtos que não inclui, por exemplo, a crescente necessidade da pessoa idosa por remédios.

Esse é apenas um exemplo. Tanto que o Sindnapi fez uma parceria com o Dieese para que seja feito um estudo para a elaboração de um índice de inflação da pessoa idosa. Só assim teremos números reais que poderão orientar políticas públicas para esse público.

E entre as políticas públicas está a forma de reajuste de todos os benefícios do INSS. As perdas, de acordo com estudo feito pela equipe do deputado Pompeo de Matos (PDT-RS), já supera 30% nos últimos 15 anos.

Tanto que há o Projeto de Lei 1468/23, de autoria do parlamentar, e que tem apoio do Sindnapi, para dar reajuste de 5% aos benefícios a cada cinco anos de aposentadoria.

Mas é preciso mais. O valor dos benefícios, em sua maioria, não é suficiente para atender às necessidades básicas dos aposentados. E, com o sistema atual de reajuste anual, a situação piora.

Por isso, o Sindnapi mantém sua luta por uma forma justa de correção dos valores das aposentadorias que garantam a qualidade de vida dos aposentados, pensionistas e idosos.

*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.
 

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