Como o título indica, este texto apresenta a segunda parte da história de um palestino (como tantos outros) perseguido pelo Estado de Israel, que ilegalmente ocupava a Palestina.
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Logo em seus primeiros anos, Jesus, vivendo em um campo de refugiados, sentiu na pele as adversidades de se estar em um território sob dominação colonial.
O fato de ele ter vivido além da infância foi um milagre, pois o exército israelense atacava constantemente alvos civis na Palestina. Na época, havia uma política oficial de eliminar mulheres e crianças, com objeto de diminuir a capacidade reprodutiva do povo palestino. Tratava-se de “precaução contra potenciais terroristas” (alcunha que Jesus e seus conterrâneos carregavam).
Visando justificar o injustificável, uma jornalista israelense insinuou que morriam muitas crianças na Palestina porque sua população era majoritariamente jovem. Uma maneira cínica de legitimar o infanticídio promovido por Herodes, o governante de Israel.
Por ser pobre, Jesus começou a trabalhar muito cedo, como carpinteiro, profissão de seu pai, José. O parlamento de Israel havia aprovado recentemente uma lei que legalizava o trabalho infantil. Inclusive, Herodes disse que era para deixar a molecada trabalhar, pois ele já estaria na labuta desde os 12 anos.
Pouco se sabe sobre a juventude de Jesus. Provavelmente continuou em seu trabalho altamente precarizado, sem qualquer tipo de direito. Segundo Herodes, os palestinos deveriam escolher entre ter empregos ou direitos trabalhistas.
Aos 30 e poucos anos, a vida de Jesus mudou drasticamente, quando ele começou a pregar contra a ocupação colonial de Israel, juntamente a doze amigos, conhecidos como discípulos. Assim, Jesus foi rotulado de “agitador comunista”, vide seus discursos favoráveis à justiça social. Por outro lado, a população pobre o saudava como “Messias”.
Os primeiros discípulos que acompanharam Jesus foram os irmãos Pedro e André. Ambos pescadores, profissão altamente perigosa. Israel havia imposto um limite para a área pesqueira na Palestina. Quem ultrapassasse, era alvejado.
E esse tipo de ação era realizada sem maiores consequências. Israel tinha a proteção de Roma, grande potência imperialista daqueles tempos.
Quando passou a realizar seus primeiros milagres, em benefício do sofrido povo palestino, Jesus foi oficialmente considerado ameaça ao Estado de Israel. Certa vez, ele ressuscitou um homem chamado Lázaro. Antes do ocorrido, populares haviam dado a notícia sobre a morte de Lázaro a Herodes, que prontamente respondeu: “o que querem que eu faça, e daí, não sou coveiro”.
Mas a condenação de Jesus veio após a ocasião em que ele multiplicou pães e peixes para uma multidão de palestinos famintos. Um dos subordinados de Herodes, assistindo a cena, disse que aquilo impactaria o comércio local. Jesus também foi acusado de infringir uma lei israelense que proibia a doação de comida para pessoas em situação de vulnerabilidade.
Como palestinos poderiam ser detidos e condenados sem qualquer tipo de acusação formal, as autoridades do Estado de Israel impuseram pena máxima a Jesus: crucificação. Até se tentou forjar um julgamento, sob alegação de terrorismo, mas Jesus foi preso pelo simples motivo de estar do lado dos pobres palestinos.
Antes de morrer, Jesus alertou que, séculos depois, uma terra muito distante registraria a ascensão de um falso Messias, que pregaria em seu nome. Ao invés da paz, ele defenderia as armas. Ao invés dos pobres, ele estaria ao lado dos ricos. Ao invés de proteger as minorias, ele apontaria que elas teriam que se submeter aos ditames da maioria.
Infelizmente, a mensagem não surtiu efeito para os milhões de fanáticos seguidores do falso Messias. Se Jesus retornasse, seria crucificado por estes indivíduos.
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