A análise crítica da história do Brasil não deixa dúvidas: onde há autoritarismo e concentração de poder há, também, intensa exploração da mão de obra e aumento na desigualdade social.
Um exemplo concreto desse padrão latente pode ser encontrado em nossa história recente. Durante os anos de chumbo de uma ditadura opressora, sangrenta e autoritária, os trabalhadores do país sofreram com perseguições, assassinatos e exploração aguda, responsável por uma brutal concentração de renda nesse período.
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Contudo, como a dialética é tão implacável como a terceira lei de Newton, os anos de repressão criaram uma resposta corajosa da classe trabalhadora que enfrentou o totalitarismo militar e se organizou de maneira sólida e pujante, sendo responsável por criar uma cultura poderosa que há 40 anos mostra força em todo território nacional e no mundo.
Pode-se gostar ou não do PT, da CUT, do MST ou do presidente Lula, mas desprezar a força deles é fechar os olhos para uma realidade inquestionável. E todos esses movimentos nasceram de um desejo profundo de democracia.
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Além disso, analisando também a história recente podemos observar o mesmo padrão descrito no início desse texto: quando em 2016 o impeachment de uma presidenta eleita pela força de organização dos trabalhadores levou a grandes retrocessos para a classe e afundou o país numa crise econômica, social e política que se alastra até hoje.
O poder de compra do povo vem perdendo força a cada ano, a carga de trabalho aumentou tanto que os trabalhadores estão esgotados e doentes, e mesmo que o país consiga crescer, a fatia do crescimento está concentrada na mão dos mais ricos.
A defesa da democracia é, portanto, não apenas a defesa do legado de milhões de trabalhadores e trabalhadoras que construíram no Brasil uma cultura de organização capaz de expandir direitos do povo, mas também a manutenção de um aprendizado histórico que mostra que quanto mais a classe trabalhadora tem poder de ação mais o povo tem melhores condições de vida.