É tempo de união e reconstrução da democracia, da retomada do compromisso em cuidar do povo brasileiro, que passa, necessariamente, pelo cuidado com o trabalhador. Neste dia 28 de agosto, quando se comemora o Dia dos Bancários, a Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) reafirma seu compromisso na luta em defesa destes empregados.
São os trabalhadores bancários que desempenham um papel vital na economia do Brasil, facilitando a intermediação financeira, promovendo a estabilidade, fornecendo serviços essenciais à população e contribuindo para o crescimento econômico do país.
Nos últimos anos, devido aos ataques de um governo obscurantista à organização dos trabalhadores, os bancários da Caixa, mais especificamente, testemunharam uma série de tentativas de desmantelamento do banco. Estas iniciativas incluem propostas de privatização, episódios de assédio moral e sexual, bem como denúncias de prejuízos financeiros, afetando não apenas a Caixa, mas também a população mais vulnerável.
Agora, diante de um ambiente marcado por um novo tempo, a Caixa volta a ter seu protagonismo, cumprindo papel público e social, com políticas integradas à democracia participativa e à valorização da classe trabalhadora, apontando para um novo futuro.
Ainda assim, os desafios são imensos. Um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a pedido da Fenae, revelou que o número de afastamentos entre os bancários do país, relacionados a problemas de saúde mental e comportamentais, corresponde a 57,1% do total em 2022. Em 2012, esse tipo de afastamento correspondia a apenas 30% dos casos.
É importante ressaltar que os afastamentos motivados por doenças mentais na Caixa são mais expressivos do que em toda a categoria bancária. No banco público, este número representa 75,4% do total de afastamentos acidentários no ano passado. O adoecimento dos empregados da Caixa tem chamado atenção da Fenae há tempos. Esse cenário pode estar vinculado à forma como estão estabelecidas e cobradas as metas dentro do banco público.
Outro levantamento compilado e analisado pelo Dieese, a pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), mostrou que houve um aumento de bancários e bancárias de todos os bancos do país que tomam medicamentos controlados nos últimos 12 meses. O índice passou de 35,5% na consulta feita em 2022, para 41,9% na deste ano.
Quando questionados se a cobrança excessiva para o cumprimento de metas impacta na saúde, as respostas também foram preocupantes: 68% têm preocupação constante com o trabalho; 61% apresentam cansaço e fadiga constante; 52% disseram estar desmotivados e sem vontade de ir ao trabalho; 46% apresentam crises de ansiedade/pânico; 42% têm dificuldade em dormir, até mesmo nos fins de semana.
É preciso estar atento, forte e presente na luta em defesa dos bancários deste país, principalmente quando se afeta a saúde mental da categoria. Estes profissionais desempenham um papel crucial no sistema financeiro do Brasil e em várias funções essenciais para a economia e o bem-estar social do país.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.