Usando as páginas do jornal O Globo - publicação da família Marinho que defendeu o reajuste dos combustíveis -, o general Joaquim Silva e Luna encenou uma suposta pressão para ser demitido da presidência da Petrobras um dia após a estatal brasileira de petróleo aumentar em 18,8% o preço da gasolina, 25% do diesel e 16% do gás de cozinha.
À coluna de Lauro Jardim, Silva e Luna teria dito, via "interlocutores" que "não pedirá demissão da presidência da Petrobras".
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A suposta pressão viria da atuação de Jair Bolsonaro (PL), que tem tido a apoiadores que é contra o aumento dos combustíveis, mas ressaltando sempre que a política de preços da estatal não parte dele e nem de seu governo.
"Tem que tirar o lucro dos acionistas e segurar os preços", disse um valente Bolsonaro, ressaltando em sua live, no entanto, que "se resolvesse, daria um murro na mesa da Petrobras".
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A cenografia montada por Bolsonaro, no entanto, se mostra distante da realidade.
Um dia antes do aumento dos combustíveis, o presidente se reuniu no Planalto com Ciro Nogueira, Ministro da Casa Civil da Presidência da República; Paulo Guedes, da Economia; Bento Albuquerque, de Minas e Energia; e Roberto Campos Neto, Presidente do Banco Central.
A reunião tratou justamente da pressão do "mercado" para o aumento dos combustíveis devido à elevação dos preços do barril de petróleo brent devido à guerra na Ucrânia.
Como líder do governo brasileiro, caberá sempre a Bolsonaro a decisão sobre todos os ministérios e empresas subordinadas à União. Ele sabe disso e gosta de enfatizar aos ministros.
Portanto, a reunião serviu justamente para Bolsonaro dar aval à Petrobras para elevar os preços dos combustíveis.
Bolsonaro defende os lucros dos acionistas e, sobretudo, os interesses das grandes petrolíferas transnacionais. Por isso, quer "se ver livre da Petrobras", como sempre repete.
E a exemplo do pai, Flávio Bolsonaro (PL) foi um dos 8 senadores que votaram contra o projeto que apresenta alternativas para a redução dos preços dos combustíveis.
O clã encena no Planalto e no Congresso apenas a continuação da novela que começou com o golpe e a ascensão de Michel Temer (MDB) ao poder.