MÍDIA

Estadão volta à tona e diz que "Bolsonaro finalmente fez algo que merece elogio" em editorial

De forma inacreditável, o jornal diz que "Bolsonaro tomou a decisão possivelmente para se vingar" e que só agora, a 30 dias de deixar o Planalto, começa a governar.

Fernão Mesquita, dono do Estadão, e Jair Bolsonaro, em visita ao jornal.Créditos: Twitter / Presidência da República
Escrito en OPINIÃO el

Representante da extrema-direita desde os tempos do escravagismo no Brasil, o jornal O Estado de S.Paulo, porta-voz da elite empresarial conservadora de São Paulo voltou à tona quatro anos após divulgar seu editorial "uma escolha muito difícil" antes da disputa presidencial em que Jair Bolsonaro (PL) derrotou Fernando Haddad em 2018.

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Subindo o tom contra Lula (PT) desde a vitória nas urnas, em 30 de outubro, o jornal comandado pela família Mesquita abriu seu principal espaço de opinião para dizer que "Bolsonaro finalmente fez algo que merece elogio".

"A disputa presidencial mostrou que a maioria dos eleitores julgou Jair Bolsonaro pelos inúmeros erros que cometeu, sempre apontados e criticados por este jornal. Mas, ao final de seu melancólico mandato, Bolsonaro finalmente fez algo que merece elogio", diz o texto, antes de abrir o motivo do elogio ao futuro ex-presidente.

"Quando ninguém mais esperava, mandou suspender o pagamento do famigerado orçamento secreto, que garantiu estabilidade política a seu governo no Legislativo", emenda.

De forma inacreditável, o jornal que revelou o esquema de compra da base parlamentar no Congresso Nacional, faz os elogios mesmo sabendo que "Bolsonaro tomou a decisão possivelmente para se vingar de um Legislativo que começa a se aproximar do presidente eleito Lula da Silva".

Segundo o Estadão, "é até irônico que somente a derrota eleitoral tenha sido capaz de impor ao presidente um nível de responsabilidade que ele sempre se recusou a assumir".

"Ao determinar a suspensão do pagamento das emendas de relator a 30 dias de deixar o cargo, Bolsonaro, que nunca desceu do palanque e sempre se recusou a agir como presidente, finalmente governou", diz o Estadão, um dos atores que fez com que o próprio Bolsonaro chegasse ao poder.