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Estadão lança editorial "uma escolha muito difícil" versão 2022 e vira chacota nas redes

Em novo artigo de opinião, Estadão descarrega um misto de rancor, ressentimento e ódio contra Lula e leitores lembram de texto que equiparava Haddad a Bolsonaro em 2018: "não nega DNA de herdeiro da Casa Grande"

Editoriais do Estadão em 2022 e em 2018.Créditos: Reprodução/Twitter
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Quase quatro anos depois de virar alvo de deboche pelo editorial Uma Escolha Muito Difícil, em que equiparava Fernando Haddad, então presidenciável do PT, a Jair Bolsonaro (PL), o jornal O Estado de S.Paulo lançou a edição 2022 do seu texto de opinião para atacar Lula. E virou novamente alvo de chacota.

No editorial desta sexta-feira (3), o jornal conservador esquece os tempos em que defendeu a escravidão no país e indaga: "É isto um democrata?".

Na sequência, o que se lê é um misto de rancor, ressentimento e ódio que tem como alvo Lula, sem nenhuma conexão entre os fatos.

Ao comentar a declaração do presidente sobre o fim do PSDB - partido que reúne pupilos defendidos a unhas e dentes nas páginas do jornal -, o Estadão dispara impropérios que beiram o risível.

"Eis aí a natureza de Lula em seu esplendor. O chefão petista diz e repete que pretende ser líder de um amplo movimento suprapartidário para nada menos que “salvar a democracia”, mas, quando está entre os seus, deixa claro o que entende por “democracia”: um regime em que o PT governa sem oposição", brada o jornal controlado pela família Mesquita.

O jornal ainda reclama que "Lula sempre negou todas essas conquistas", em referência ao que classifica como "vistoso conjunto de conquistas civilizatórias" dos governos do PSDB.

Sem esconder o rancor pelo pedido de impeachment de Fernando Henrique Cardoso, o Estadão lembra a fala do "prócer petista José Dirceu": “'Eles (os tucanos) têm de apanhar nas ruas e nas urnas'”.

"O Brasil não era feliz e sabia", relata um ressentido Estadão.

Envergonhado em defender o governo fascista de Bolsonaro que leva adiante a bandeira do neoliberalismo - principal bastião do folhetim -, o Estadão narra que "o perigo de uma eventual vitória de Lula não se manifesta somente nos momentos em que reafirma sua vocação autoritária".

"Lula prometeu cancelar a privatização da Eletrobras e ainda sugeriu que as empresas privadas querem se apropriar não só da energia, mas 'das águas dos nossos rios'”, afirma o jornal, um tanto quanto perdido após o enterro da terceira via, antes de concluir: "Esse é o Lula – irredutível demagogo e incorrigível autoritário – que quer ser visto como o redentor do Brasil".

Escolha dificil 2022

Reproduzido nas redes, o editorial foi prontamente comparado com o texto produzido pelo jornal em 2018.

"O Estadão, mesmo com a miséria que assola o país, já fez a "escolha difícil" e quer induzir, novamente, o trabalhador brasileiro a dar um tiro no próprio pé. Mas, o trabalhador que mal consegue colocar comida em casa aprendeu a lição: em 2022 não tem escolha difícil", escreveu Raimundo Dante.

Leonardo Boff fez questão de lembrar os tempos de outrora do jornal.

"O editorial do Estadão não nega seu DNA de ser o herdeiro da Casa Grande, associado aos barões da Pauliceia,sempre contra tudo o que vem de baixo, da senzala existencial.Seus donos sofrem por não serem norte-americanos mas representam seus interesses aqui no Brasil", comentou o teólogo.

O internauta Luis Moreira lembrou um passado mais recente do jornal.

"Estadão é que tem história de apoiar ditaduras, torturadores e fascistas nesse país. É só olhar os editoriais nos últimos anos. E principalmente da escolha difícil em 2018. E o PSDB  não reconheceu a derrota em 2014 e resolveu conspirar com o Temer e dá golpe em 2018 e colhe isso", escreveu.

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