REVIRAVOLTA

Justiça pode reabrir caso de acusado por duplo feminicídio

No primeiro julgamento, Rodrigo foi condenado apenas por crime de incêndio com resultado de morte

Alessandra, Marotti e Daniela.Créditos: Reprodução/Redes Sociais
Escrito en MULHER el

Um caso de repercussão nacional, que ocorreu em outubro de 2019, no distrito de Lumiar, em Novo Friburgo, Rio de Janeiro, pode ter uma reviravolta no início do próximo mês. No dia 9 de maio, uma audiência online será realizada para tentar anular o resultado do julgamento de Rodrigo Alves Marotti.

Ele foi inocentado da acusação de duplo femincídio. À época, o júri popular o condenou apenas pelo crime de incêndio com resultado de morte, com pena de 19 anos e 4 meses de prisão.

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A decisão foi controversa, porque o acusado confessou ter trancado Daniela Mousinho e Alessandra Vaz, ambas com 47 anos, em um dos cômodos da casa da primeira vítima, e colocado fogo, o que provocou a morte das duas.

A Justiça vai decidir, na nova audiência, se irá reabrir o caso para que seja realizado um novo julgamento. A acusação alega que a decisão dos jurados pela absolvição do réu por duplo feminicídio e premeditação do crime não se justifica, em razão das provas apresentadas.

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Uma eventual vitória da acusação provocará outro julgamento, com novos jurados. Se o réu for condenado por duplo homicídio doloso, desta vez, os jurados ainda analisarão as causas qualificadoras, que são motivo fútil, emprego de fogo, meio que impossibilite a defesa da vítima e feminicídio, o que pode aumentar ainda mais a pena definitiva.

Na hipótese de Marotti ser condenado, ele poderá pegar 60 anos de prisão pelo crime de duplo homicídio qualificado.

Como foi o caso

Rodrigo Marotti e Alessandra Vaz se relacionaram durante alguns anos. Os dois também possuíam relações trabalhistas e, no término do namoro, de acordo com o inquérito, Marotti declarou que Alessandra não estaria cumprindo sua parte no acordo.

Em 2019, durante uma discussão, que aconteceu na casa de Daniela Mousinho, amiga de Alessandra, ele trancou as duas em um banheiro e colocou fogo na casa. As vítimas ainda foram resgatadas com vida, mas não resistiram aos ferimentos e morreram dias depois.

A prisão do acusado ocorreu em flagrante, com confissão. Por isso, o caso seguiu rapidamente para a 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo.